25/10/2014 10h24
Às vésperas do Dia Internacional das Meninas, o UNICEF divulga um novo levantamento de dados que revelam o impacto da violência contra as adolescentes e as atitudes alarmantes que perpetuam esse tipo de abuso.
O levantamento inclui uma seleção de dados globais divulgados ao longo do ano, detalhando como a violência afeta a vida de meninas em todo o mundo:
Em todo o mundo, quase um quarto das meninas, com idades entre 15 a 19 anos (cerca de 70 milhões) relatam terem sido vítimas de alguma forma de violência física desde os 15 anos.
Cerca de 120 milhões de meninas com menos de 20 anos de idade em todo o mundo (cerca de 1 em 10) foram vítimas de relação ou outros atos sexuais forçados, e um em cada três adolescentes casadas, com idade entre 15 a 19 anos (84 milhões), foram vítimas de violência psicológica, física ou sexual cometidos por seus maridos ou parceiros.
Os dados sugerem que, em alguns países, sete em cada 10 meninas entre 15 e 19 anos que tinham sido vítimas de violência física ou sexual nunca procuraram ajuda: muitas disseram não achar que foi abuso ou não vê-lo como um problema.
Em todo o mundo, atualmente, mais de 700 milhões de mulheres se casaram antes dos 18 anos de idade. Mais de um em cada três (cerca de 250 milhões) casou antes dos 15 anos.
Os dados revelam também a naturalização da violência, especialmente contra meninas. Globalmente quase metade das meninas, com idades entre 15 e 19 anos, acreditam que, em certas circunstâncias, é justificável um homem bater em sua esposa ou companheira, como em casos em que ela se recusar a ter relações sexuais, deixar a casa sem permissão, argumentar, negligenciar os filhos ou, até mesmo, queimar o jantar.
“Estes números expressam uma mentalidade que tolera, perpetua e até mesmo justifica a violência – e devem soar como um alarme para todos, em todos os lugares”, disse a Diretora Executiva Adjunta do UNICEF, Geeta Rao Gupta.
O UNICEF aponta ações específicas para prevenir a violência contra as meninas. Entre elas: garantir o direito à educação de todas as meninas, proporcionando-lhes competências essenciais para suas vidas; apoiar os pais, inclusive com transferências de renda; mudança de atitudes e normas por meio da participação comunitária; e fortalecer os sistemas e serviços judiciais, criminais e sociais.
(www.unicef.org.br)
