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quinta-feira, 28 de março de 2024

Nitroglicerina é aliada do coração contra infartos

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21/01/2012 07h02 – Atualizado em 21/01/2012 07h02

Um cientista brasileiro ajudou a descobrir uma molécula que, administrada juntamente com a nitroglicerina, pode evitar infartos mais graves decorrentes da tolerância ao composto.

A nitroglicerina é um composto químico explosivo obtido a partir da reação de nitração da glicerina.

Além de sua aplicação em explosivos, o composto é utilizado na medicina há séculos como vasodilatador no tratamento de dores no peito, conhecidas como angina.

O tratamento também é utilizado nas salas de emergência de hospitais, quando pacientes chegam com sinais de infarto agudo de miocárdio.

Entretanto, os benefícios da nitroglicerina para o coração estão limitados pelo desenvolvimento de tolerância ao composto.

Na pesquisa, realizada no Departamento de Química e Biologia de Sistemas da Escola de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, o brasileiro Júlio César Batista Ferreira e o chinês Lihan Sun descobriram que a intolerância à nitroglicerina não se deve somente à perda do efeito vasodilatador do medicamento.

Segundo Ferreira, quando precedido do infarto do miocárdio, o uso sustentado de nitroglicerina pode causar efeitos devastadores ao coração.

A tolerância à nitroglicerina é resultado da inativação da aldeído-desidrogenase 2 (ALDH2), uma enzima essencial para a proteção cardíaca em humanos e animais vítimas de infartos.

Os pesquisadores verificaram que a molécula ALDA-1 é capaz de manter o funcionamento da ALDH2 e evitar efeitos deletérios decorrentes da tolerância à nitroglicerina durante o ataque cardíaco.

De acordo com Ferreira, ao ser administrada junto à nitroglicerina, a ALDA-1 mantém a enzima ALDH2 ativada durante o infarto do miocárdio, inibindo os efeitos prejudiciais ao coração da tolerância à nitroglicerina.

“Em casos de dores no peito e infarto, médicos costumam administrar a nitroglicerina em ciclos liga/desliga – 16 horas com o fármaco e 8 horas sem -, na tentativa de mascarar o efeito de tolerância.

Mas esse período prolongado leva à inativação da ALDH2, fator que eleva as chances de um infarto mais grave”, disse Ferreira.

O pesquisador explica que a ALDH2 é uma enzima mitocondrial cujas funções são essenciais no sistema cardiovascular, entre as quais catalisar a conversão da nitroglicerina ao vasodilatador óxido nítrico e remover aldeídos tóxicos produzidos durante o infarto do miocárdio.

“Com a inibição dessa enzima pelo excesso de nitroglicerina, esses aldeídos se acumulam no coração e passam a se ligar a proteínas, lipídios e ao DNA, resultando na morte celular durante o infarto do miocárdio.

Com a ALDH2 ativada, é possível remover com mais facilidade esses aldeídos, minimizando os danos ao coração”, disse Ferreira.(Agência Fapesp)

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