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sexta-feira, 29 de março de 2024

Ansiedade e depressão são despercebidas

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18/04/2015 07h22 – Atualizado em 18/04/2015 07h22

Ainda existe muito preconceito em relação às doenças emocionais e mentais. E isso ocorre porque as pessoas consideram os sintomas dessas enfermidades um sinal de fraqueza e, pior ainda, que são capazes de superá-los por conta própria. Como se não bastasse isso, há indivíduos que consideram esses sintomas como indício de ‘loucura’, termo mal empregado com forte conotação pejorativa.

“As pessoas, de uma maneira geral, têm dificuldade em assumir que os seus sintomas podem ser decorrentes de ansiedade e depressão, uma vez que não reconhecem facilmente que estejam ansiosas ou deprimidas e tentam buscar explicações físicas para os seus sintomas. De fato, muitos dos sintomas da ansiedade e da depressão são físicos, tais como: palpitações, dores torácicas, dores de cabeça, dores musculares, dores lombares, fraqueza e astenia, e isso torna o diagnóstico correto confuso”, explica Henrique Grunspun, clínico geral do hospital Albert Einstein.

A ansiedade é um estado que tem aspectos psicológicos tais como apreensão, irritabilidade e hipervigilância, além de aspectos físicos como: fadiga, tensão muscular, taquicardia, sudorese, dor de cabeça e dores lombares, quando exagerada e patológica é classificada como distúrbio ansioso. A depressão é uma doença classificada como distúrbio do humor caracterizada por tristeza, falta de interesse, queda na libido, distúrbio do sono, ideias de ruína e pensamentos suicidas, em que a ansiedade também pode estar presente.

Pode-se considerar a ansiedade como doença quando o indivíduo sente uma aflição descontrolada independentemente dos eventos reais. “É comum que a pessoa sinta medo frente a situações de perigo real, apreensão em situações desconhecidas e ameaçadoras, e angústia em situações de insegurança. Porém, se a pessoa tem crises de pânico sem motivo, passa o tempo todo com a sensação de que alguma coisa de muito ruim está prestes a acontecer, fica revivendo mentalmente um evento traumático ou então tem medo exagerado de lugares abertos ou fechados, assim por diante, daí então podemos considerar uma doença”, conta o especialista.

Tanto a ansiedade como a depressão são distúrbios extremamente comuns, que prejudicam o desempenho dos trabalhadores em qualquer nível. Como há dificuldade em reconhecer e aceitar os sintomas, além do preconceito social arraigado quanto às doenças emocionais, muitas vezes essas doenças não são reconhecidas e passam despercebidas. “De modo geral, em que existe perda de concentração, perda de memória, indecisão, prejuízo na capacidade de julgamento e assim, mesmo que não haja incapacidade para o trabalho, existe queda de rendimento e de produtividade”, diz o clínico geral.

Segundo Grunspun, as empresas deveriam implementar não apenas programas de checkup, como é feito habitualmente, mas também programas de screening para diagnóstico de depressão e ansiedade nos trabalhadores de todos os níveis, inclusive nos altos executivos. “Uma pessoa com surto depressivo agudo, tratada adequadamente, tem mais de 80% de chance de sair da depressão. Com a ansiedade, depende do tipo de distúrbio que a pessoa sofre, mas salvo nos casos graves de transtorno obsessivo compulsivo, a maioria dos pacientes bem tratados saem dos episódios de ansiedade”, revela.

Vale ressaltar que muitos desses distúrbios podem sofrer recorrência ao longo do tempo, então qualquer pessoa que foi tratada de ansiedade e depressão deve ser bem acompanhada ao longo do tempo para se prevenir ou identificar novas ocorrências.

A ansiedade e a depressão são distúrbios comuns, que prejudicam o desempenho dos trabalhadores. (Foto: Divulgação)

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