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sexta-feira, 29 de março de 2024

Em 24 anos, parcela de fumantes cai de 34% para 11% no Brasil

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24/11/2014 15h00

Medidas educativas e leis antifumo contribuíram para mudança de comportamento, apontam especialistas.

O Brasil é hoje o terceiro país com maior índice de ex-fumantes do mundo, ficando atrás apenas do Reino Unido e dos Estados Unidos. Em 1989, 34% da população adulta fumava no País. Em 2013, esse índice caiu para 11%.

O médico pneumologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca) Ricardo Meirelles acredita que as medidas educativas e restritivas ao cigarro vêm gerando, lentamente, mudanças comportamentais em fumantes e não fumantes.

“Antigamente, o tabagismo era uma coisa estimulada pela sociedade. Ainda não existiam estudos que mostravam o malefício do cigarro.

Nos anos 1930, 1940, nos Estados Unidos, os médicos faziam propaganda de cigarro. A comunidade científica só descobriu que a nicotina é uma droga em 1986”, aponta Meirelles.

Dois anos depois, em 1988, surgiram as primeiras restrições ao consumo do cigarro no Brasil. Eram apenas recomendações do Ministério da Saúde para que as pessoas não fumassem no trabalho ou usassem áreas delimitadas para isso, os chamados fumódromos.

Em 1989, veio a primeira lei contra cigarro no Brasil. O fumo foi proibido em locais públicos, como hospitais, salas de aula, teatros e cinemas.

A legislação não restringiu totalmente a propaganda do cigarro, mas proibiu, por exemplo, aquelas que associavam o tabagismo com ideias positivas como o bem-estar corporal ou à saúde física.

Até que, em 2011, a presidente Dilma Rousseff sancionou a primeira lei federal antifumo. Regulamentada três anos após a sanção (em maio deste ano), a lei começa a valer em dezembro.

O texto proíbe qualquer propaganda de cigarro, inclusive nos pontos de venda, e não permite o consumo de cigarro em locais públicos, mesmo em fumódromos.

Vitória

Chefe do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a médica Tânia Cavalcante afirma que cada lei aprovada representa uma vitória diante do enorme poder da indústria do fumo.

“A gente precisa avançar mais nas leis e nas medidas que visem reduzir o acesso dos adolescentes ao cigarro, para evitar esse primeiro contato.

A gente anda muito lento nesse processo porque os obstáculos são enormes”, diz Tânia. “A gente sabe que o lobby da indústria no Congresso Nacional é muito forte. Isso acontece não só no Brasil, mas em todos os países”.

Apesar de as ações de controle do fumo colaborarem para que o cigarro perca popularidade, a Organização Mundial da Saúde estima que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo ainda sejam fumantes, o que representa um terço da população mundial adulta.
(Agência Câmara Notícias)

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