10/10/2015 06h27
Um painel de especialistas das Nações Unidas está pedindo uma “moratória da manipulação do genoma humano”.
A preocupação do Comitê Internacional de Bioética é com rápidos avanços que podem tornar o “design de bebês” uma possibilidade.
O grupo reconhece o valor terapêutico das intervenções genéticas, mas faz um alerta sobre possíveis modificações hereditárias que podem começar a ser aplicadas.
Motivos Médicos
O Comitê Internacional de Bioética pertence à Unesco, a agência da ONU para Educação Ciência e Cultura. O painel destaca que mudanças no genoma são sem dúvida uma das propostas mais promissoras da ciência para o bem da humanidade.
Ao mesmo tempo, os especialistas destacam que “intervenções no DNA só podem ser aceitas em caso de prevenção ou por razões terapêuticas e mesmo assim, sem “legimitizar modificações para descendentes”.
Debate Público
O relatório divulgado pelo Comitê tem o respaldo de cientistas, filósofos, advogados e ministros de governos”. O grupo nota que avanços recentes abriram as portas para o rastreio genético, testes de doenças hereditárias e possibilidade de clonar ou modificar o DNA por motivos médicos ou não.
Os especialistas em ciência e bioética pedem um amplo debate público sobre o poder da ciência em modificar embriões humanos em laboratório.
Uma nova técnica de genoma torna possível inserir, remover e corrigir o DNA, gerando perspectivas de cura ou tratamento de certas doenças.
Mas segundo o Comitê, a mesma técnica pode tornar possível outras mudanças no DNA, permitindo que os pais determinem a cor dos olhos do bebê, por exemplo.(Rádio ONU)