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quinta-feira, 28 de março de 2024

Pesquisador da UFGD utiliza cobre na luta contra a dengue

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24/05/2015 10h19 – Atualizado em 24/05/2015 10h19

Enquanto não surge uma vacina contra a dengue, a prevenção continua sendo a única alternativa. E evitar a proliferação dos mosquitos, a medida mais eficaz. Comumente associado à fabricação de utensílios, moedas e fiação elétrica, o cobre é um importante aliado nessa batalha. Com propriedades antimicrobianas e inseticidas, pode controlar micro-organismos (bactérias, fungos e vírus) e insetos.

Várias pesquisas científicas já provaram que o cobre dificulta a reprodução do Aedes aegypti nos criadouros, pois impede que os ovos se desenvolvam e também mata as larvas. No Brasil, merecem destaque estudos realizados nas Universidades Federais da Grande Dourados (UFGD) e de Mato Grosso do Sul (UFMS). Neles, os pesquisadores avaliam a ação de compostos organometálicos para impedir a proliferação do vetor da dengue.

Um dos produtos em teste reúne duas substâncias com propriedades inseticidas e reconhecidamente ativas, o cobre e constituintes da castanha do caju (LCC). “Os compostos mostraram-se eficazes ao matar larvas, retardar o ciclo reprodutivo e impedir a eclosão de ovos”, comenta o professor Eduardo José de Arruda, da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FACET) da UFGD e coordenador do estudo.

O professor, que pesquisa o cobre para o controle de vetores de doenças tropicais desde 2007, quando houve uma epidemia de dengue em Campo Grande (MS), está otimista devido ao potencial do metal. “O uso pode ser estendido para outros insetos vetores de ciclo reprodutivo similar ao do Aedes aegypti, que também transmite o vírus da febre chikungunya”, afirma ele.

Outro composto de cobre em teste pode ser adicionado a artefatos de cerâmica, como materiais de decoração, vasos e pedras para jardinagem. Em contato com a água, ele libera, controladamente, substâncias que afetam o ciclo de reprodução do inseto. Considerado verde, o composto tem baixo impacto ambiental e, segundo o pesquisador, tem liberação do Ministério da Agricultura. “O monitoramento doméstico é parte importante na redução dos criadouros e da população do vetor a fim de diminuir a incidência da doença”, conclui ele.

O cobre antimicrobiano tem muitas outras aplicações na saúde. “No mobiliário hospitalar, por exemplo, contribui para a redução da infecção hospitalar. Em corrimões e maçanetas de portas de locais com grande afluxo de pessoas, como escolas, restaurantes e transporte público, evita a transmissão de vírus e bactérias por contato com as mãos. O mesmo vale para carrinhos de supermercado”, informa Antonio Maschietto Jr., diretor executivo do Procobre, instituição sem fins lucrativos cuja missão é a promoção do uso do cobre, a fim de impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento de novas aplicações.

Várias pesquisas científicas já provaram que o cobre dificulta a reprodução do Aedes aegypti nos criadourosFoto: Divulgação

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