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terça-feira, 16 de abril de 2024

Riscos no consumo de carne suína não qualificada

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19/04/2014 13h20

Os pontos fracos da carne suína são muito marcantes, constituindo mais do que uma restrição ao produto, ou seja, um preconceito em função da imagem que muitos consumidores ainda têm do porco em chiqueiro na lama e alimentados com lavagem.

A ciência médica considera que há alto risco para várias doenças, pois o porco pode ser hospedeiro de muitos parasitos e doenças em potencial.

Crua e não tratada, a carne de animal criado sem condições higiênicas, pode conter toxinas perigosas, vermes e doenças latentes.

Muitas dessas infestações são encontradas em outros animais também, mas alguns veterinários atestam que os porcos são mais predispostos que os outros animais, pois são oportunistas e altamente onívoros, com uma dieta extensiva incluindo virtualmente qualquer tipo de alimento comestível.

O problema de ácido úrico causado pela ingestão de carne suína é atualmente considerado como mito pela ciência médica, a não ser em casos de ingestão excessiva de fontes protéicas e mau funcionamento renal.

Influenza é uma das mais famosas doenças que os porcos compartilham com os humanos. Contudo, a origem da doença é encontrada em numerosos animais além dos porcos. Ela se estabelece nos pulmões do animal durante os meses de verão e podem afetar tanto os animais quanto os humanos.

O porco criado em chiqueiro é portador de vários helmintos. Um dos mais perigosos e comuns é a Taenia solium.

Ao comer carne crua ou mal passada dos suínos e bovinos, que contenha as larvas das tênias (cisticercos), o homem passa a desenvolver a doença denominada de Teníase (também conhecida por “solitária”, porque geralmente é causada por uma tênia só).

Para entender corretamente esta enfermidade, vamos expor a seguir o seu ciclo de vida, diferenciando o que é TENÍASE do que é CISTICERCOSE.

No porco, a formação dos cisticercos no músculo é popularmente conhecida como “canjiquinha”, que algumas pessoas acreditam de forma errônea ser uma “virtude” da carne, por acreditarem que seria mais macia.

Ao consumir estas carnes, se elas não forem devidamente cozidas, o homem irá ingerir os cisticercos (larvas), que irão evoluir em seu intestino até a fase adulta, causando a teníase, completando assim o ciclo desse verme.

A tênia pode viver até 8 anos ou mais no intestino do homem, contaminando seguidamente o meio ambiente, onde caírem suas fezes. Quando há presença de esgotos sanitários, o problema é absorvido e desaparece.

Já se a defecação for feita em local inadequado, as fezes se ressecarão ao sol, tornando os ovos mais leves que pó, levados ao vento a grandes distâncias e irão contaminar pastagens, hortas, rios, lagoas, etc.

Este ovo ou esporo somente será inativado com cozimento acima de 90°C e é resistente à maioria dos produtos químicos.

O HOMEM TRANSMITE A CISTICERCOSE PARA OS SUÍNOS

Já a Cisticercose é uma doença causada no hospedeiro definitivo pelas larvas da tênia. Os suínos, bovinos e o próprio homem adquirem esta doença ao comer as verduras, frutas (morango), pastagens ou ingerir água, contaminadas com ovos da tênia.

Os embriões são liberados no estômago pela ação de sucos gástricos e pancreáticos e perfuram a parede intestinal, caindo nos vasos sanguíneos e se distribuindo por todo o organismo. Colonizam então a musculatura principalmente a mais irrigada.

Isso só acontece quando a pessoa se contamina com as próprias fezes (voluntária ou involuntariamente, exemplos: falta de lavagem de mãos após defecar, sexo oral, etc.), bebe água contaminada ou ingere hortaliças contaminadas.

Uma parte dos cisticercos pode se fixar no cérebro, causando neurocisticercose, forma gravíssima, que causa crises convulsivas, hipertensão craniana e hidrocefalia.

Ou então se localiza no coração, olhos e músculos. Portanto, o porco e o bovino são hospedeiros intermediários, possuindo a fase larvar da tênia e não o verme adulto.

O homem é o contaminador do meio ambiente (pastagens, hortaliças, águas, etc.) liberando os ovos do parasita através de suas fezes.

Como os porcos se contaminam através da ingestão de fezes humanas ou de hortaliças contaminadas, conclui-se que na suinocultura moderna, na qual os suínos são criados confinados, recebendo rações à base de milho e farelo de soja como nutrição, a possibilidade de transmissão ficou quase impossível.

A Triquinelose ou triquinose é uma enfermidade causada por um verme chamado Trichinella spiralis, que é encontrado em vários carnívoros e onívoros, inclusive nos porcos.

O homem se contamina ao comer carne “in natura” ou mal cozida, de animais que possuem a larva desse parasita em forma de cisto, nos seus músculos.

A prevenção se faz através da cocção dos alimentos a uma temperatura de 60°C, evitando a criação de porcos com restos de comida não cozida e eliminando o contato com ratos.

A incidência tem diminuído, nestes últimos anos, devido às criações de suínos em granjas tecnificadas, nas quais os animais são alimentados com ração à base de milho e soja.

O suíno atual é exigente e é criado em instalações adequadas, extremamente limpas e desinfetadas com rigor e sem acesso a terra.

Sua sanidade melhorou drasticamente em virtude desses avanços nas instalações e manejo, existindo inclusive granjas livres de enfermidades específicas (SPF). O resultado disso é a baixíssima incidência dessa doença nos animais destinados ao abate.
(abipecs.org.br)

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