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sexta-feira, 29 de março de 2024

Debate mostra jovens preocupados com morte

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16/07/2014 17h42

Durante audiência para discutir os números da violência no país, representante do governo lamentou a existência de uma geração inteira de jovens com medo de morrer.

Em audiência ontem na Comissão de Direitos Humanos (CDH) sobre a banalização da violência, o representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Felipe da Silva Freitas, alertou para o impacto do alto índice de mortes de jovens negros e pobres na vida das pessoas.

Segundo ele, as estatísticas inseriram o medo de morrer entre as preocupações da juventude que lida diariamente com essa realidade.

Esse é um componente que faz dessa uma geração diferente. O medo de morrer não pode ser preocupação majoritária dos jovens — observou Felipe Freitas.

O representante do governo federal informou ainda que recente pesquisa da Secretaria Nacional da Juventude constatou o aumento do número de jovens que se declaram negros e, ao mesmo tempo, reconhecem o racismo como um dos principais problemas sociais do país. Na opinião dele, o preconceito não pode ser “uma questão periférica na agenda nacional”:

Hoje vivemos um paradoxo: justo num momento fértil em termos demográficos, com a existência de grande contingente de jovens que poderiam ser aproveitados na construção do país, há um aumento do número de homicídios e de mortes violentas dessa população — lamentou.

Falta de sintonia

Para o pesquisador Candido Alberto Gomes, representante da Cátedra Unesco de Juventude, o problema é causado principalmente pela “dissonância entre o que o Legislativo faz e o que o Executivo deixa de fazer”. Como exemplo, citou as medidas socioeducativas para menores infratores, que são motivo de piada para muitos jovens.

Falta interlocução e coordenação de políticas públicas. Temos fragmentação que nos leva a parecer que estamos num faz de conta — opinou.

Para o representante da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, Maurício Sponton Rasi, o governo federal tem feito a articulação política, mas é preciso que os governos estaduais e municipais executem os programas.

Maioridade

Eduardo Suplicy (PT-SP) levou ao debate a questão da redução da maioridade penal. Ele reafirmou ser contrário à mudança e sugeriu que os menores cumpram penas alternativas, com trabalhos que os ajudem a sair da vida do crime.

A senadora Ana Rita (PT-SP), presidente da comissão, também se mostrou contrária à redução, afirmando que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) precisa ser efetivado.

Nós precisamos implementar o estatuto e não modificá-lo. Porque o estatuto não foi implementado ainda do jeito que deveria. Ele sozinho é suficiente? Não. Mas ele é um instrumento também de apoio à criança e ao adolescente — opinou a senadora.

Conduzida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a audiência de ontem foi ­interativa e contou com a participação do público pelo serviço Alô Senado (0800 612211) e pelo Portal e-Cidadania.
(Jornal do Senado)

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