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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Desigualdade de gênero diminui, mas ainda é relevante no mercado de trabalho

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20/12/2014 09h27

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou, na quarta-feira (17), dados sobre o estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2014, que dizem que, entre as mulheres ocupadas de 16 anos ou mais de idade, 88% realizavam afazeres domésticos, enquanto entre os homens este percentual era 46%.

As mulheres tinham uma jornada média em afazeres domésticos mais que o dobro da observada para os homens (20,6 horas/semana).

Considerando a jornada no mercado de trabalho e aquela com a realização de afazeres domésticos, a jornada feminina semanal é de 56,4 horas, superior em quase 5 horas à masculina.

As mulheres recebiam em média menos que os homens em todas as formas de trabalho. No entanto, a relação de desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres é maior nos trabalhos informais, onde elas recebiam 65% do rendimento médio dos homens em 2013.

Nos trabalhos formais essa relação era de 75%. Essa desigualdade era maior em 2004, e sua redução foi possível em virtude de um maior crescimento do rendimento das mulheres em trabalhos informais (56,8%).

À medida que avança a escolaridade, a desigualdade de rendimentos por sexo aumenta. Entre aqueles com até quatro anos de estudo, o rendimento-hora das mulheres equivalia a 81% do dos homens com a mesma escolaridade. Com 12 anos ou mais de estudo, essa relação era 66%.

Domicílios: Ônus excessivo com o aluguel comprometia a renda de 5,2% dos domicílios

Enquanto a população brasileira cresceu 9,8% entre 2004 e 2013, o número total de domicílios particulares no Brasil cresceu 25,1% no mesmo período.

Em 2013, em 16,4% dos domicílios urbanos o rendimento era de até meio salário mínimo por pessoa. Na classe de rendimento acima de dois salários mínimos, este percentual alcançou 21,7%.

Entre 2004 e 2013, entre os domicílios urbanos, houve estabilidade na proporção de domicílios próprios (de 73,5% para 73,6%), elevação da parcela dos domicílios alugados (de 17,8% para 20,3%) e tendência de redução dos domicílios cedidos (de 8,6% para 6,0%).

No Brasil, em 25,7% dos domicílios urbanos alugados (5,2% do total de domicílios urbanos) o aluguel ultrapassava 30% do rendimento domiciliar, configurando o ônus excessivo.

O percentual de domicílios alugados com ônus excessivo, em relação ao total de domicílios urbanos alugados, foi maior nas regiões Sudeste (27,7%) e Norte (25,8%).

Na região Norte, apenas 21,2% dos domicílios urbanos possuem saneamento adequado

Considerou-se como adequados os domicílios urbanos onde havia a simultaneidade no acesso ao abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitário por rede coletora (diretamente ou via fossa séptica ligada à rede ) e coleta de lixo (direta ou indireta).

Estes representaram 70,6% dos domicílios particulares permanentes urbanos em 2013.

Nas regiões Norte e Nordeste, o percentual de domicílios urbanos com acesso simultâneo a serviços de saneamento foi de 21,2% e 51,1%, respectivamente.

No Sudeste, este mesmo indicador alcançou 91,1% dos domicílios urbanos, enquanto as regiões Sul e Centro–Oeste registraram 67,0% e 51,8%, respectivamente.

Em 2013, 43,4% dos domicílios urbanos tinham acesso simultâneo a computador, TV em cores e máquina de lavar roupa.

Quando se faz a inclusão do DVD, a proporção passa para 38,1%. Já quando se inclui acesso à internet, o percentual de domicílios cai para 34,5%.

Distribuição de renda: concentração de renda e desigualdade diminuem, mas ainda são elevadas

Em 2013, as pessoas com os 10% menores rendimentos concentravam 1,2% da renda total, enquanto a parcela com maiores rendimentos ficou com 41,7%.

Na comparação 2004-2008-2013, houve ganhos do 1º ao 8º décimo, com um crescimento de 31,6% no 2º décimo. No décimo com maior rendimento familiar per capita a participação na renda total caiu 9,8%.

Mas esses movimentos não foram suficientes para alterar substancialmente o quadro de desigualdades na distribuição de rendimentos, com o décimo mais rico concentrando mais de 40% da totalidade da renda per capita no período analisado.

Transferências governamentais representam 37,5% dos rendimentos das famílias com até ¼ de salário mínimo per capita

Para o total das famílias em 2013, as “outras fontes” de rendimento (transferências de programas sociais, aplicações financeiras, rendimentos de aluguéis, bônus etc.) representavam 4,5% dos rendimentos.

Para as famílias com até ¼ de salário mínimo per capita, representavam 37,5% e, para famílias entre ¼e ½ salário mínimo, 12,5%.

Houve, portanto, em nove anos, um aumento expressivo na participação de outras fontes nas famílias com menores rendimentos, passando de 20,3% em 2004 para 37,5% em 2013. No Nordeste, essa proporção chegou a 43,8%.

O crescimento das outras fontes modificou a composição por origem, mas não ocorreu em substituição da renda do trabalho, que também cresceu no período.

O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas de 15 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, cresceu 42,1% entre 2004 e 2013.

Para o primeiro décimo da distribuição, esse crescimento foi de 84,8% e, para o segundo décimo, 94,9%.
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

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