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quinta-feira, 25 de abril de 2024

À espera da alta da gasolina, etanol já se valoriza na usina

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01/02/2015 16h30

O mercado se antecipou à maior tributação na gasolina, que entra em vigor no dia 2 de fevereiro, e vem promovendo uma elevação “precoce” nos preços do etanol hidratado – que é usado diretamente no tanque dos veículos.

Conforme traders, a estratégia das distribuidoras de combustíveis de aumentarem os estoques do biocombustível antes do efetivo repasse da alta de tributos à gasolina alavancou o movimento do etanol.

Na usina em São Paulo, o litro vem sendo negociado a R$ 2,36, R$ 0,08 acima dos preços praticados antes do anúncio do governo, feito no dia 19 deste mês.

Nas contas de traders, R$ 0,02 por litro já foi repassado ao preço médio do hidratado nos postos de São Paulo, que na última semana ficou em R$ 1,938, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O mercado estima que na primeira semana de fevereiro, quando a maior tributação já estiver incidindo sobre a gasolina, o preço médio do etanol hidratado em São Paulo estará na casa dos R$ 2,09 a R$ 2,10 por litro.

A projeção de traders é de que a gasolina, cujo preço ficou em R$ 2,93 por litro para o motorista paulista, tende a custar na bomba perto de R$ 3,15 por litro a partir do dia 2 de fevereiro.

A agência de classificação de risco Fitch divulgou nesta semana relatório no qual avalia que a maior incidência de tributos na gasolina vai gerar efeitos positivos para companhias sucroalcooleiras, mas não deve aliviar de forma significativa a crise financeira dessas empresas em 2015.

“O impacto sobre o crédito deverá ser mais positivo a prazo mais longo, pois os aumentos dos impostos devem levar os produtores brasileiros a transferir parcela maior de sua produção para o etanol, o que, por sua vez, beneficiará a recuperação dos preços do açúcar”, afirmou a Fitch em relatório assinado pelos analistas Cláudio Miori e Alexandre Garcia.

A agência calcula que o impacto positivo da medida governamental no resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da maioria das companhias sucroalcooleiras será de até 15% – assumindo que 50% da cana será direcionada para a produção de etanol e a outra metade, para a de açúcar.

Nos cálculos da Fitch, os preços do etanol hidratado, atualmente equivalentes a 16,6 centavos de dólar por libra-peso, devem subir a níveis acima do equivalente a 18 centavos de dólar por libra-peso, em função do aumento dos impostos da gasolina.

Trata-se de um valor 20% superior às cotações internacionais do açúcar na bolsa de Nova York (15,2 centavos de dólar por libra-peso).

A Fitch observa que uma redução do preço da gasolina nas refinarias da Petrobras anularia o impacto do aumento da tributação ao consumidor final, reduzindo portanto, a oportunidade das usinas de etanol de elevarem seus ganhos. A agência, no entanto, observa que esse tipo de medida não é esperada para o curto prazo.

A agência de classificação de risco não descarta, no entanto, essa possibilidade, pois seria uma maneira de a Petrobras reagir a uma possível concorrência dos distribuidores de combustível, que poderiam aproveitar a recente queda das cotações internacionais do petróleo para importar mais gasolina e ganhar participação de mercado.

A Fitch reconhece, no entanto, que a limitada capacidade de armazenamento e de logística nos portos do país são as principais limitações para um relevante aumento nas importações de gasolina.
(Canal do Produtor)

Canal do Produtor

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