17/04/2015 16h00
Imune às fortes baixas registradas pelo frango abatido no decorrer de março, agora o frango vivo comercializado no interior paulista vem sendo diretamente influenciado pela retração observada no atacado paulistano antes mesmo da virada da primeira para a segunda quinzena.
Dois meses atrás, em fevereiro, ave viva e abatida comportaram-se no mercado de forma absolutamente idêntica, o que significou alcançarem valor cerca de 2% superior ao registrado no início do corrente exercício – com preços, aliás, que se mantêm como os melhores de 2015 (a alta de 4% registrada pelo frango abatido nos primeiros dias do ano foi, mais do que temporária, acidental).
Mas a estabilidade então alcançada pelo frango abatido durou pouco. Cessou, na verdade, antes mesmo de encerrar-se o primeiro decêndio do mês. Então, em menos de três semanas, o valor do frango abatido resfriado recuou mais de 10% no atacado paulistano.
O frango vivo permaneceu alheio a todo esse retrocesso. Alcançado na segunda semana de fevereiro, seu pico de preços neste ano permaneceu inalterado por quase 60 dias, um dos mais longos períodos de estabilidade experimentado pelo produto (o mais longo, registrado entre o final de outubro de 2013 e o início de 2014, durou 84 dias; com o frango cotado a R$2,50/kg.
Ou seja: mesmo a R$2,40/kg, valor que vigorou até a semana passada, a cotação atual do frango vivo se encontra altamente defasada).
A despeito, porém, da longa estabilidade, desta vez (ao contrário do ocorrido em março) não foi possível deixar de acompanhar a queda de preços do frango abatido. Porque a estratégia adotada pelas integrações na tentativa de impedir novas quedas de seu produto implicou no derramamento de grandes lotes de aves vivas no mercado “spot”. Superabastecido, não houve como não recuar.
A despeito disso, o frango vivo continua tendo desempenho ligeiramente melhor que o do abatido, pois seu valor médio nos poucos mais de 100 dias de 2015 é 0,33% superior ao do início do exercício. Já o valor médio alcançado pelo frango abatido no ano se encontra 3% abaixo do preço inicial de 2015.
No entanto, quando se comparam os preços médios até agora alcançados com aqueles registrados em idêntico período de 2014, a situação se inverte.
Pois enquanto o frango abatido alcança, até aqui, valor 1,6% superior ao do ano passado, o frango vivo enfrenta perda de preço superior a 3%.(Avisite)
