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quinta-feira, 28 de março de 2024

Ação de intermediários impacta na qualidade e preços de frutas e hortaliças

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13/11/2015 11h29

O mercado da fruticultura, uma cadeira produtiva já vista como bastante desorganizada no País, sofre com a ação de atravessadores e intermediários, fazendo com que transfira renda para terceiros.

Isto impacta diretamente nos lucros dos produtores rurais deste setor e até na qualidade das frutas e hortaliças que chegam à mesa das famílias.

Influenciado por este cenário, “o fruticultor, muitas vezes, vende barato por causa de um mercado muito competitivo, mas principalmente devido à falta de unidade deste segmento produtivo no Brasil”, alerta Alexandro Alves, técnico adjunto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás).

Ele reforça que as vendas realizadas por meio de atravessadores e intermediários também trazem perdas quanto aos aspectos da qualidade dos produtos que, na maioria dos casos, estão relacionados à atuação destes negociadores.

“As frutas e hortaliças saem com boa qualidade das propriedades rurais, mas não chegam à mesa do consumidor da mesma forma. Neste processo da cadeia produtiva da fruticultura (assim como em outras áreas do setor agropecuário) também incide a questão da nossa infraestrutura e logística, que deixam muito a desejar”, analisa Alves.

MERCADO INTERNO

Presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Moacyr Saraiva Fernandes destaca que a intermediação no mercado interno das frutas e hortaliças é feito de várias maneiras.

“Em grande parte da negociação da fruticultura nacional existe um agente de compra, que pode estar junto aos polos de produção ou aos sistemas de atacado (Ceasas), podendo ser um funcionário do atacadista, um corretor ou um intermediário, que compra dos produtores e revende para os próprios atacadistas”, explica.

Fernandes destaca ainda que o agente de compra, seja ele qual for, é quem analisa a qualidade e negocia o preço das frutas e hortaliças. “Portanto, neste momento, é julgada a qualidade da oferta, assim como a decisão de compra e o valor proposto para o lote oferecido.”

Apesar disto, ele comenta que “não se pode confundir a qualidade das frutas comercializadas com a perda da qualidade ao longo da cadeia de escoamento, até porque muitos fatores contribuem para isto, inclusive àqueles relacionados com as práticas comerciais vigentes no Brasil”.

EXPORTAÇÕES

“Quanto às frutas para exportação, via de regra, a qualidade é determinada pelos importadores, que seguem os padrões de qualidade dos mercados demandantes e cada vez mais os padrões de qualidade estabelecidos pelos protocolos voluntários privados das grandes redes de distribuição”, relata o presidente do Ibraf.

De acordo com ele, “subentende-se na presente análise apenas a qualidade de apresentação e os parâmetros de comercialização”.

“A qualidade das frutas e hortaliças, sob o ponto de vista da segurança de consumo e dos riscos à saúde, é mandatória e impositiva, não podendo ser negociada.”

“Na verdade, a intermediação não especulativa é necessária para o escoamento das frutas do pomar ao consumidor final. O que deve ser combatido é o agente de intermediação, que não agrega valor”, sentencia Fernandes.

MAIS UNIÃO

Na avaliação do técnico adjunto do Senar Goiás Alexandro Alves, para que os fruticultores agreguem valor aos seus produtos e evitem ficar nas mãos dos atravessadores, é importante que eles se organizem.

“Precisamos fazer com que os produtores se agreguem. Isto porque a grande maioria é formada por pequenos produtores de frutas e hortaliças.

Para que se tornem grandes e competitivos, não sujeitos aos intermediários e atravessadores, os fruticultores brasileiros precisam se unir. Por isto, o associativismo e o cooperativismo são as saídas mais viáveis”, sugere Alves.

O presidente do Ibraf concorda: “A organização dos fruticultores em cooperativas estruturadas é uma ferramenta importante para sanar problemas com intermediários.

A outra forma que cresce no Brasil e no exterior é a compra de frutas pelas redes finais de comercialização, que vêm desenvolvendo plataformas de recebimento de produtos desta cadeia produtiva”.(Sociedade Nacional de Agricultura)

Fotos/Montagem: Divulgação/Equipe SNA-RJ

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