02/08/2015 18h00
Brasil terá queda na economia de 1,5% em 2015, segundo estudo da CEPAL
Na América Latina e no Caribe crescimento deve ser de apenas 0,5%; a agência aponta que dinamizar o investimento é a chave para retomar o crescimento e a produtividade na região.
A América Latina e o Caribe crescerão em média 0,5% em 2015, segundo novas projeções publicadas pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), em uma entrevista coletiva em Santiago, Chile.
Embora a desaceleração seja generalizada na região, a agência projeta um crescimento heterogêneo entre sub-regiões e países.
A América do Sul apresentará uma contração de -0,4%, influenciada pelas quedas no crescimento no Brasil (-1,5%) e na Venezuela (-5,5%).
Na América Central e no México a previsão de crescimento é de 2,8%, com o Panamá (6%) liderando as taxas de crescimento em toda a região. Já no Caribe – de língua inglesa e holandesa – o aumento será de 1,7%.
De acordo com o Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2015, a desaceleração econômica se deve tanto a fatores externos quanto internos.
Na esfera internacional, o crescimento lento da economia mundial em 2015 atribui-se, em particular, à desaceleração na China e outras economias emergentes, com exceção da Índia.
O relatório observa que o comércio mundial permanecerá estagnado – o que já se tornou um problema estrutural da economia mundial – e que a demanda externa mais fraca se junta, por um lado, à tendência de queda dos preços dos produtos básico, e por outro, ao aumento da volatilidade e da incerteza nos mercados financeiros internacionais.
Internamente, a publicação destaca que a contração do investimento, juntamente com a desaceleração do crescimento do consumo, entre outros fatores explicam a redução da procura interna, o principal fator por trás do crescimento nos últimos anos.
“Revitalizar o crescimento a curto e longo prazo requer aumentar o investimento público e privado em tempos complexos.
Isso pode ser feito com regras fiscais que protejam o investimento, e recorrendo a fontes de financiamento de parcerias público-privadas, como bancos de investimento e infraestrutura dos BRICS, e mecanismos alternativos, como os títulos verdes e empréstimos triangulares”, disse a secretária executiva da CEPAL, Alicia Bárcena.
Em relação ao trabalho, o Estudo Econômico indica que um crescimento mais lento terá um impacto negativo sobre o emprego.
Em média para 2015 é estimado um aumento da taxa de desemprego para 6,5%, frente aos 6,0% registrados no ano passado.
A taxa foi influenciada pelo mau desempenho do Brasil, onde a taxa de desemprego urbano subiu 0,8 pontos percentuais no primeiro trimestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado.(nacoesunidas.org)