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quinta-feira, 28 de março de 2024

Monopólio fez 15 frigoríficos fechar as portas em 2 anos no MS

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10/07/2015 14h57 – Atualizado em 10/07/2015 14h57

Monopólio fez 15 frigoríficos fechar as portas em 2 anos no MS

Da redação

No setor da carne bovina em Mato Grosso do Sul, praticamente 90% do faturamento está concentrado em apenas 20% do mercado. O monopólio dos frigoríficos foi apontado pela Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda) durante audiência pública promovida nesta sexta-feira (10/7) na Assembleia Legislativa.

O debate foi motivado pela denúncia de formação de um suposto cartel de conglomerados que estariam monopolizando o setor e sendo parte responsável pelos fechamentos dos frigoríficos ao longo de dois anos. Até o momento, foram registrados 15 fechamentos de empresas nesse período.

De acordo com a Assocarnes-MS (Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne do Estado de Mato Grosso do Sul), a denúncia demonstra um cenário preocupante já que o fechamento resultou em milhares de demissões. “Isso causa uma insegurança jurídica muito grande para os trabalhadores. Estão agindo arbitrariamente, comprando e fechando impunemente. É um capitalismo predatório, selvagem e cabe aos órgãos competentes barrar isso”, afirmou José Goulart Quirino, da área jurídica da Assocarnes.

O presidente da Associação, João Alberto Dias, ressaltou a necessidade de investimentos em políticas públicas para o setor. “Precisamos achar caminhos e soluções para trazer o mercado para o patamar que ele sempre esteve”, afirmou ele referindo-se a ações para recuperar pequenos e médios frigoríficos que estão sob ameaça de encerramento das atividades. “É preciso que haja condições iguais ao pequeno e ao grande. Essa é a democracia”, disse.

Desde o ano passado, Mato Grosso do Sul vem registrando a redução do abate de carne bovina. Em 2013, foram 4.2 milhões de abates e em 2014 o número era de 3.9 milhões. O secretário adjunto do Sefaz, Jader Julianelli, prevê um patamar ainda menor em 2015. O decréscimo, segundo ele, se deve ao momento economicamente instável pelo qual o País atravessa. “O cenário adversos refletiu também no setor que está em processo de desaquecimento”, enfatizou.

O diretor da empresa JBS em Mato Grosso do Sul, Marcelo Zanata, também argumentou que a situação pela qual passa o setor é reflexo do atual momento econômico. “É um problema que abrange o Brasil. A crise é de conhecimento de todos e também estamos sofrendo com ela. Nossos concorrentes também fecharam as portas porque não encontraram condições de sobreviver”, constatou.

De acordo com Zanata, a redução do rebanho também tem prejudicado o setor. “Em Mato Grosso do Sul, a JBS está operando com 30% a menos da capacidade. “Das catorze fábricas, fechamos duas. Entramos em um processo de otimização ao verificar que é possível atender a demanda com nove fábricas”, destacou o diretor que definiu audiência como uma excelente oportunidade de traçar novas estratégias para alavancar todos que compõem o setor.

O deputado estadual Paulo Corrêa (PR), proponente da audiência, sugeriu a realização de um fórum para levantar os reais números de impacto da crise nos pequenos, médios e grandes frigoríficos. O parlamentar enfatizou a necessidade de diálogo entre representantes de todos os lados do setor e a importância da fiscalização por parte do legislativo.

O debate foi motivado pela denúncia de formação de um suposto cartel de conglomerados que estariam monopolizando o setor Foto: Wagner Guimarães

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