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sexta-feira, 29 de março de 2024

Animais silvestres invadem cidade

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Com a reduzida cobertura florestal, bichos procuram área urbana em busca de habitat e alimentos

Cutia, lobinho, porco-espinho e até onça já foram capturados em DouradosMaria Lucia ToloueiO Ibama e Polícia Militar Ambiental (PMA) já capturaram este ano em Dourados animais silvestres como lobinho e porco-espinho. Eles estão deixando o habitat desmatado para procurar abrigo e alimento na cidade.

Na manhã de ontem, uma cutia foi capturada no quintal de uma casa em reforma, no Jardim Girassol. Segundo a proprietária do imóvel, a vendedora Isaura Sotolani Viscardi, os pedreiros chegaram cedo à obra e se depararam com o bicho, que foi colocado numa edícula. O animal também já foi identificado em jardins de residências na Vila Progresso, Planalto, Universitário e adjacências. Em geral, confundidos com ratos, eles acabam sendo exterminados.

Há dois meses, um lobinho, conhecido como cachorro-do-mato, apareceu na região central da cidade. O animal estava no cruzamento das ruas Presidente Vargas e Joaquim Alves Taveira, em frente a um condomínio. Em 31 de agosto um porco-espinho foi capturado no quintal de uma casa na rua Buriti, Jardim Pantanal. O pequeno roedor foi resgatado são e salvo por Vicente Garcia Lopes, funcionário do Ibama, especialista em apreensão de animais silvestres e que já capturou guatis, gambás, jaguatiricas, macaquinhos e até onça viva na cidade de Dourados.

O analista ambiental do Ibama, Sandro Roberto da Silva Pereira, explica que a degradação ambiental na região, detonada pelas queimadas, pouca cobertura florestal e inclusive a captura ilegal, pode estar afugentando os animais, que acabam desorientados e chegando à cidade. Ele acredita que com a intensificação da atividade sucroalcooleira, as queimadas – que estão permitidas por um período de dois anos – vão contribuir para afugentar ainda mais espécies.

Em entrevista ontem ao O PROGRESSO, o superintendente do Instituto do Meio Ambiente de Dourados (Iman), engenheiro agrônomo João Bosco Mariano, disse que nas últimas décadas o Mato Grosso do Sul já perdeu mais de 70% da Reserva Legal que corresponde a 20% da propriedade; parte das matas ciliares, ao longo dos rios, lagos e córregos; e da área de preservação permanente.

O município vem tomando medidas compensatórias, como o resgate de parques ambientais. “Também estamos projetando um corredor ecológico, que deve sair do Parque Arnulpho Fioravanti, seguindo pelas margens do Córrego Água Boa até o Rio Dourados, o que vai possibilitar aos animais silvestres transitar sem necessitar passar pela cidade”, explica.

De acordo com levantamentos do Imam, uma média de 60 árvores são mensalmente eliminadas no município de Dourados. A estatística assusta. A cada 12 meses, mais de 720 são arrancadas de frente das casas ou de áreas de Reserva Legal, onde está a mata nativa.

MULTAS

A Lei Verde prevê multas de até R$ 500 por árvore cortada na cidade, além da recomposição ambiental de 10 a 20 mudas. Já na área rural, o valor da penalidade varia de R$ 50 a R$ 1,1 milhão. Denúncias podem ser feitas ao telefone 3411.7792 (Iman); 3421.5304 (Ibama); ou na Linha Verde do Governo Federal: 0800. 618080 (gratuito).

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