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sábado, 20 de abril de 2024

Escolas de Dourados são adaptadas para educação especial

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24/03/2015 08h08 – Atualizado em 24/03/2015 08h08

Flávio Verão

Abrir as portas das salas de aulas para receber todos os alunos. Crianças com deficiência deixaram de ser ‘invisíveis’, não se encontram mais ‘escondidas’ e já ocupam seu espaço no ambiente socioeducativo.

Na escola Laudemira Coutinho de Melo, no Jardim Santa Maria, o ingresso de alunos especiais foi acontecendo de forma gradativa e hoje 27 estudantes com diferentes graus e tipos de deficiência estão matriculadas e acompanham as aulas com as demais colegas de sala.

Há mais de duas décadas e meia, a Constituição brasileira prevê a inclusão de alunos com deficiência nas classes comuns, estabelecendo igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola.

Embora ainda existam resistências, tanto pelos pais como de algumas escolas, o aumento nas matrículas em educação especial na rede pública cresce a cada ano. Mas, para que sejam incluídas, de fato, e não se tornem meras figurantes de um sistema e sim protagonistas do próprio aprendizado, é fundamental que a instituição escolar consiga inserir esses alunos no ambiente escolar.

O diretor Carlos José da Silva diz que, na escola Laudemira, há matriculados alunos com diferentes tipos de deficiência, como paralisia cerebral, dislexia (dificuldade na leitura, escrita), discalculia (dificuldade em manipular números), cadeirantes, alunos com dificuldades motoras, hiperativo e transtorno de déficit de atenção.

O estudante Rafael de Oliveira Vieira, 14 anos, tem distrofia duchenne, doença progressiva que compromete a musculatura esquelética. Ele cursa o 7º ano e sempre estudou na Laudemira. O pai, Rodrigo Vieira, diz que o filho sempre foi bem assistido e ganhou, inclusive, uma carteira especial para acomodar a cadeira de rodas. “Ele se interage com os demais alunos e isso é muito bom”, diz o pai.

Ainda de acordo ele, o filho chegou a sofrer bullying de alguns colegas, mas a agressão foi percebida pelos professores e imediatamente sanada. “Chamamos ao pais dos alunos que praticavam o bullying e através do diálogo conseguimos resolver o problema”, diz o diretor Carlos.

Quando a escola passou por reforma, há pouco mais de dois anos, algumas adaptações que não tinham no prédio da instituição, como rampas, foram realizadas, de forma a melhorar a acessibilidade.
A dona de casa Maria José também tem uma filha especial na escola, a Estefani, de 8 anos, estudante do 3º ano. A menina tem microcefalia, condição neurológica rara, sendo resultado do cérebro não crescer o suficiente durante a gestação ou após o nascimento. “Minha filha está na educação pública desde os 4 anos e sempre foi bem acolhida”, disse a mãe. Ela só questiona a falta de um banheiro específico, com fraldário, para atender a filha e demais estudantes que não tem ou pouco possuem movimento no corpo.

Na escola, Estefani ganhou uma cadeira especial e além do professor da sala de aula, ela tem uma professora-monitora que lhe acompanha diariamente. Trata-se de Marilda Ferreira Gonçalves, pedagoga especialista em educação especial. “Independentemente das condições de Estefani, o fato de ver um sorriso no rosto dele contagia a mim e aos demais estudantes. Ela é uma menina amorosa”, diz a professora, apaixonada pela profissão. Marilda dá alimentação e presta todos os cuidados a Estefani, que não fala, não anda e tem os movimentos comprometidos.

Professora Marilda e estudante Estéfani na Escola Laudemira, no Jardim Santa Mariafoto - Hedio Fazan

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