31/10/2014 07h24
Governos devem proteger educação pública frente a tendência de privatização, diz relator da ONU
Expansão veloz das escolas privadas está substituindo educação pública, ao invés de complementá-la, e intensifica desigualdades sociais ao excluir grupos mais pobres e marginalizados.
O relator especial das Nações Unidas sobre o direito à educação, Kishore Singh, afirmou em sua apresentação à Assembleia Geral que a educação é um direito inalienável de toda criança, e não um privilégio dos mais ricos.
A regulação do crescimento exponencial da educação privada foi ressaltada pelo especialista como o caminho para salvaguardar a educação como um bem público.
A rápida expansão desse setor está substituindo cada vez mais a educação pública, ao invés de apenas complementá-la.
Os custos das escolas particulares estão intensificando desigualdades sociais, uma vez que grupos pobres e marginalizados são geralmente excluídos da possibilidade de frequentar o ensino privado.
Ainda de acordo com Singh, os governos devem cumprir suas obrigações internacionais de regulamentação através do monitoramento e da fiscalização efetivos das iniciativas de educação privada em países em desenvolvimento, onde o sistema público é sobrecarregado e incapaz de corresponder às demandas que crescem rapidamente.
Os parlamentares têm papel crucial na promoção do direito à educação, por meio da produção legislativa e do estímulo ao debate público.
“Eu convido novamente todos os governos a cumprir sua obrigação básica de prover educação primária livre e de qualidade para todos, além de reconhecer os grandes benefícios às suas economias e às suas sociedades trazidos pela disponibilidade da educação para todos em todos os níveis”, disse o relator especial à Assembleia Geral.(ONU)