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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Vicentina homenageia Lourival Felix Barbosa, 1º professor do município

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20/06/2014 09h21 – Atualizado em 20/06/2014 09h21

Marcos Santos

Depois de uma vida inteira dedicada à educação e de ter alfabetizado mais de 10 mil crianças, jovens e adultos, o professor aposentado Lourival Felix Barbosa será homenageado pela Câmara Municipal de Vicentina como o primeiro educador do município que, na época, era apenas uma localidade de Dourados. A história do professor Lourival na educação começou a ser escrita em 1952, aos 21 anos de idade, dois anos após chegar a Dourados na companhia dos pais Manoel Feliz Barbosa e Maria Delgado Pereira Barbosa. A homenagem ao primeiro professor de Vicentina acontecerá hoje, dia 20, às 16h, no Clube Hawai Eventos, onde também serão homenageados os educadores do município.

Filho único, fato raro para as famílias daquela época, Lourival Felix Barbosa afirma que nasceu para ser professor. “Meus pais saíram de Viçosa, Alagoas, quando eu ainda era um menino e seguiram para o interior de São Paulo, onde vivemos por 13 anos e onde iniciei os estudos”, conta. “Em 1950, quando eu tinha 19 anos de idade, eles se mudaram de Presidente Prudente para Dourados atraídos pelo projeto da Colônia Nacional Agrícola e, em 1952, comecei a lecionar na Escola do Barreirinho como professor federal”, explica.

Por três anos ele lecionou na Escola do Barreirinho, educando cerca de 70 alunos por turno. “Porém, no dia 14 de agosto de 1955, fui transferido para a Escola da Subsede da Colônia Agrícola Nacional 2ª Zona de Dourados, onde hoje está o município de Vicentina”, conta. “Na época foram construídas duas salas de aula de madeira, cobertas de tabuinha, onde também funcionava a capela da Igreja e os aposentos do saudoso padre José Daniel”, explica Lourival Felix Barbosa.

Ele conta que aceitou a transferência muito a contragosto. “O administrador da Colônia Agrícola na época, o Dr. Schimidt, construiu a escola que era a primeira da 2ª Zona da Colônia e exigiu que a diretora Cremilda Xavier Thiry arrumasse um professor que tivesse experiência para iniciar as aulas”, lembra.

“Então essa escolha recaiu sobre mim, que estava lotada perto da Serraria, hoje Barreirinho, e ela veio até a escola onde eu lecionava e fez a proposta. Fiquei sem saber o que dizer, precisaria de um tempo para dizer a meus pais, pois eu era filho único e servia de companheiro deles”, relata Lourival Felix Barbosa.

Segundo ele, a transferência foi difícil para a família. “Para minha surpresa, a diretora não esperou os três dias que pedi e no dia seguinte voltou à escola para anunciar que o administrador já havia feito a transferência para a Escola da Subsede, mesmo porque a unidade onde eu lecionava seria entregue ao Estado de Mato Grosso, deixando de pertencer à Colônia Agrícola”, lembra. “Então tive que aceitar e com muita tristeza deixei meus alunos e meus pais e parti para a Sul Sede, onde fui formar a nova escola”, conta.

Na unidade, o professor Lourival Felix Barbosa encontrou o padre Daniel, com quem construiu uma longa amizade. “Fazíamos as refeições na casa do senhor José Milches”, lembra. “A diretora deixou toda a responsabilidade das duas salas de aula em meu poder. A outra professora, que ficou sob minha orientação, estava iniciando na profissão e iria alfabetizar uma turma pela primeira vez. Tive que pegar dois turnos matutino e vespertino. O matutino era multisseriado, o 1º ano já alfabetizado, o 2º ano, 3º ano e 4º ano, num total de 70 alunos”, explica.

O retorno

Lourival Felix Barbosa revela que ao final do ano letivo os alunos estavam aptos para as séries seguintes. “Foi muita luta para conseguir bons resultados, mas neste mesmo ano a comunidade da Escola do Barreirinho foi até a sede da Escola da Colônia pedir minha volta. A diretora reuniu o povo e foi à casa do administrador, onde ele ouviu as reclamações e lembrou que estava no final do ano letivo e não poderia atender ao pedido, mas firmou o compromisso de providenciar a transferência no ano seguinte”, relata.

Passado o período de férias, o professor Lourival Felix Barbosa não voltou para a Escola do Barreirinho. “Os pais de alunos, já desperançosos da minha volta, organizaram outro movimento e como era época de política para governo do Estado eles esperaram a eleição do governador João Ponce de Arruda, organizaram um abaixo-assinado pedindo minha nomeação para a Escola do Barreirinho, que já havia sido repassada para o Estado”, conta. “O governador João Ponce atendeu ao pedido do povo, e no período de um mês, eu já estava nomeado pelo Estado para exercer as funções de professor na antiga escola”, conclui.

O professor Lourival Felix Barbosa conta que a diretora foi até a Subsede de Vicentina comunicar a notícia e disse que antes de voltar para a antiga escola precisaria colocar uma professora no lugar dele. “Andei, procurei e encontrei a esposa do farmacêutico da Subsede, que aceitou ficar em meu lugar”, finaliza.

Lourival Felix Barbosa lecionou nas redes municipal e estadual, alfabetizou mais de 10 mil crianças, jovens e adultos. Em 1982 ele se aposentou como professor na Rede Municipal de Dourados e, em 1987, se aposentou como professor da Rede Estadual. Em 27 de novembro de 1979 foi condecorado com o título de Cidadão Douradense por iniciativa do vereador Mariano Cândido de Arruda. Em 25 de novembro de 2004 foi agraciado com o título de Cidadão Sul-mato-grossense por iniciativa do deputado estadual Zé Teixeira.

Professor Lourival Felix Barbosa será homenageado pela Câmara de Vereadores de Vicentina. (Foto: Marcos Santos)

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