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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Seminário discute desafios para segurança alimentar e uso racional da água

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23/07/2014 17h43

O Brasil possui hoje as melhores condições para atender ao crescimento da demanda mundial por alimentos, com terras, clima favorável, água e tecnologia de ponta para aumentar a produção sem desmatar novas áreas, a partir da irrigação e técnicas de produção sustentável.

No entanto, para garantir a segurança alimentar e contribuir para erradicar a fome no mundo, o país precisa remover entraves que prejudicam o setor agropecuário, como a insegurança jurídica, os problemas de logística e infraestrutura, e a falta de renda dos produtores rurais.

Estes pontos foram discutidos ontem terça-feira (22/7), no seminário “Segurança Hídrica: Uma Visão Brasileira”, realizado na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.

Pela manhã, o debate reuniu especialistas no painel “A Segurança Alimentar num país de 200 milhões de habitantes”.

Para o presidente do Instituto CNA (ICNA), Moisés Gomes, a questão da segurança alimentar deve ser tratada no âmbito mundial. “O Brasil não pode discutir o tema olhando só pro seu umbigo”, afirmou.

Outro ponto levantando por ele, relacionado à segurança alimentar, foi a renda do produtor rural e da população brasileira.

Ele apresentou dados da CNA mostrando que 5,8% dos produtores rurais do país, pertencentes às classes A e B, respondem por 79% do faturamento do setor agropecuário.

Já a classe C, que é a classe média rural, reúne 13,4% do universo dos produtores e é responsável por apenas 13,6% do Valor Bruto da Produção (VBP).

Enquanto isto, as classes D e E, onde situa-se a grande maioria dos produtores rurais – mais de 70% do total –, detêm apenas 7,6% do VBP.

Não podemos discutir o agronegócio de falar de renda. Para o Brasil aumentar sua produção, as populações dos países que compram nossos alimentos precisam de renda para comer, assim como nossos produtores precisam de renda para ampliar a oferta. O problema não é a falta de mercado, mas a falta de renda”, ressaltou.

Em relação ao potencial brasileiro de produção, o presidente do ICNA destacou que as tecnologias praticadas no Brasil e a transferência de culturas permitirão a recuperação de áreas degradadas, acrescentando mais 70 milhões de hectares à produção, área suficiente pra aumentar a produção de grãos e fibras em 131% e a de carne bovina em 66%.

Irrigação – Uma das alternativas para aumentar a produção sem desmatar é explorar a irrigação do país, disse o coordenador geral da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Demetrios Christofidis.

Hoje, o potencial irrigável no Brasil é de 30 milhões de hectares, mas área utilizada representa com as culturas irrigadas é de seis milhões de hectares. Para cada dez hectares utilizados para a produção tradicional, há um hectare de irrigação.

A exploração do potencial de irrigação também foi defendida pela representante do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), Raque Pontes, que criticou a lentidão de 15 anos para aprovar a lei que cria a Política Nacional de Irrigação, sancionada no ano passado.

Já o superintendente nacional de Agronegócio da Caixa Econômica Federal, Humberto Magalhães, falou sobre as linhas disponíveis de crédito para a produção sustentável.

Experiências estaduais – O ciclo de debates “Segurança Hídrica: uma visão brasileira”, foi encerrado na tarde desta terça-feira (22), com palestras sobre políticas e projetos sobre irrigação nos estados de Minas Gerais, Paraná e Goiás.

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Paraná, Antônio Caetano de Paula, mostrou que a irrigação ainda não é tão disseminada entre os produtores agrícolas paranaenses, devido à regularidade das chuvas na região, em média de 1.440 milímetros de água por ano.

Essa situação confortável, segundo ele, reduz os projetos de irrigação. Ele lembrou, contudo, que, apesar dessa situação confortável, não se pode esquecer as “mudanças climáticas capazes de interferir no regime normal de chuvas”.

Em função desse quadro, disse ele, o Paraná tem apenas 64 mil hectares de terras irrigadas, e perto de 15 mil produtores envolvidos em tais projetos. O estado possui mais de 535 mil produtores rurais.

O consultor agrícola e secretário-adjunto de Agricultura de Minas Gerais, Paulo Afonso Romano, apresentou um resumo sobre o processo de implementação, em Minas Gerais, do programa de irrigação local.

O Plano de Agricultura Irrigada (PAI-MG), criado em colaboração com diversas entidades, entre elas a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Agência Nacional de Águas (ANA), está em pleno andamento, enfrentou obstáculos, mas está cumprindo as metas traçadas.

O engenheiro Paulo Paim, um dos responsáveis pela criação do Plano Diretor de Irrigação no contexto dos Usos Múltiplos da Água, no Rio Grande do Sul, apresentou um painel sobre os desafios na adoção programa e os bons resultados obtidos junto aos produtores gaúchos.

(Assessoria de Comunicação CNA / www.canaldsoprodutor.com.br)

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