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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Número de motociclistas mortos em acidentes dobra em 10 anos no país

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18/11/2014 09h44

A frota de motocicletas no Brasil já representa quase a metade do número de carros. E o aumento acelerado dessa presença nas ruas alimentou uma situação trágica.

Quando é possível, a recuperação é dolorosa. Na maioria dos casos, leva meses e pode deixar sequelas.

Motoboy há 15 anos, Rodrigo foi atingido por um carro três meses atrás. Quebrou sete costelas, um osso do braço, outro do ombro e ainda teve o pulmão perfurado. Trabalhar com moto?

“Quero mais não. Chega. Às vezes pode ter sido até um aviso”, diz Rodrigo.

Seja no Hospital das Clínicas de São Paulo, seja nos prontos-socorros país afora, as histórias se repetem. Moto, carro, ônibus, caminhão, bicicleta e, claro, pedestre.

Nas grandes cidades brasileiras, a disputa por espaço nas ruas é cada vez mais feroz e trágica. Um levantamento feito pelo Jornal Nacional com base em dados do Ministério da Saúde mostra nos últimos dez anos, a média no país de mortes provocadas por acidentes de moto dobrou.

Levando-se em conta o total de mortes em acidentes de trânsito no país, em 2004, os casos envolvendo motociclistas eram 14%. Em 2013, último dado disponível, subiram para 28%, ou seja, 11.600 motoqueiros morreram.

Proporcionalmente à população, o pior quadro é o do Piauí. Na capital, Teresina, é comum ver gente circulando sem capacete, quatro em cima da moto e, ainda, crianças sendo levadas sem a menor proteção.

A médica Júlia Greve, que estuda o assunto, alerta que a frota de motos já é quase a metade da de carros no país e que a falta de respeito às regras é geral, não só dos motociclistas.

“Eu acho que parte do comportamento inadequado dos nossos condutores de maneira geral se deve basicamente porque eles sabem que não estão sendo fiscalizados e existe uma sensação de impunidade em relação a isso”, afirma a professora da faculdade de medicina Júlia Greve.

Já Sérgio Ejzenberg, especialista em trânsito, diz que hoje morrem mais motociclistas do que pedestres no Brasil. Um dos motivos é a falta de campanhas educativas.

“Nas cidades, existe um pouco mais de consciência em relação ao pedestre, as campanhas fizeram isso.

Mas parece que para os motociclistas a coisa está rolando muito solta em muitas e vastas regiões do país”, defende Sérgio Ejzenberg.

Mesmo depois de uma fratura exposta e duas cirurgias, Reginaldo diz que vai voltar a andar de moto. Mas vai ter que esperar. Por enquanto o veículo dele é um par de muletas.
(Jornal Nacional)

Foto Portal do Trânsito

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