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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Guarani-Kaiowá são novamente atacados a tiros, diz Cimi

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04/09/2015 09h47 – Atualizado em 04/09/2015 09h47

Guarani-Kaiowá são novamente atacados a tiros no Mato Grosso do Sul, denuncia Cimi

Cimi

Grupo armado desfere novo ataque paramilitar contra outro grupo Guarani-Kaiowá, entre Itaporã e Douradina, distante cerca de 30 km de Dourados. O atentado, na noite de ontem, ocorre apenas cinco dias após a investida no município de Antônio João, que culminou com o assassinato de Simião Vilhalva, 24 anos. A denúncia do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Conforme o Cimi, durante o tiroteio, os indígenas se esconderam em pequenas picadas de mato, ficando impossibilitados de retornar até suas casas, onde teriam maiores possibilidades de proteção contra o fogo aberto pelos jagunços.

A pedido das famílias indígenas de Guyra Kambi’y, a Funai informou, em tempo hábil, a Polícia Federal de Dourados sobre o aglomeramento de caminhonetes e de um grupo armado nas imediações de onde se encontravam os indígenas.

Para entender

De acordo com o Cimi, o Guyra Kambi’y é um tekoha (lugar onde se é) localizado dentro do território indígena de Lagoa Rica/Panambi, com extensão de 12.169 hectares, devidamente identificado, delimitado e reconhecido pelo Estado brasileiro, através da portaria nº 524, da Funai, de 12 de dezembro de 2012.

Os Guarani-Kaiowá foram removidos, na década de 1940, da região onde está localizada hoje Guyra Kambi’y e deslocados para a reserva de Dourados. Em 2005, as famílias indígenas iniciaram um grande movimento de retorno e luta pela identificação de Lagoa Rica. Em 2008, após as retomadas de Guyra Kambi’y e Itay, terras indígenas que ficam dentro deste território maior, os estudos da Funai se iniciaram sendo conclusos em 2011 quando foi publicado o relatório antropológico que delimitou o território de Panambi/Lagoa Rica, com de 12.196 hectares.

Após brigas judiciais travadas entre o órgão indigenista e o Sindicato Rural de Itaporã durante mais de três anos em que o procedimento demarcatório ficou suspenso, o Tribunal Regional Federal, 3ª. Região, decidiu, em 2014, por manter a determinação atual que garante os efeitos dos procedimentos demarcatórios de maneira plena. Desde 2008, mais de 15 famílias viviam enclausuradas em cerca de apenas dois hectares.

Com a inércia do Governo em resolver a questão da demarcação, os indígenas retomaram, há dois dias, um pedaço mais amplo de seu tekoha Guyra Kambi’y.

Ignorando as advertências e o acordo de paz firmado com o ministro da Justiça, na quarta-feira, 2, quando o mesmo esteve no MS, mais uma vez forças paramilitares decidiram atacar as famílias Guarani-Kaiowá que buscam apenas sua sobrevivência. Não há notícias, no momento, sobre indígenas feridos. (CIMI)

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