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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Queda na população de abelhas preocupa especialistas

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12/09/2014 13h24

Queda no número de colmeias intriga pesquisadores e acende a luz de alerta, apontando que algo está em desequilíbrio e que é preciso tomar medidas urgentes para reverter este quadro, pois as abelhas são responsáveis não apenas pela produção de mel, mas principalmente por contribuírem de forma significativa na produção mundial de alimentos.

De acordo com a Empresa de Pesquisas Agropecuárias e Extensão Rural de Santa Catarina, Epagri, cada vez mais está se chegando ao consenso que as causas da redução no número de colmeias são múltiplas e não estão ligadas apenas ao uso de pesticidas, fatores climáticos adversos, nosemose e pragas, como o ácaro Varroa destrutor, que por alimentar-se da hemolinfa das larvas e abelhas adultas, pode transmitir vários tipos de enfermidades.

“O alto índice de infestação por varroas e a presença de nosemose, por exemplo, é uma combinação que pode certamente ocasionar a perda de colmeias, assim como a contaminação por pesticidas, mesmo em doses subletais, o que baixa a imunidade das abelhas, além da má nutrição, clima adverso, entre outros fatores”, explica Ivanir Cella, gerente de Apicultura e Meliponicultura da Epagri.

Cella revela que o fungo que causa a nosemose está presente em praticamente todas as colônias sem a doença se manifestar, porém, a população de esporos aumenta com a presença de umidade.

“A doença se manifesta mais facilmente em colônias em situação de stress causado por fatores como alimentação deficiente em proteínas, presença de doenças virais, etc.”, aponta.

Apenas em Santa Catarina, estudos da Epagri apontam que houve um período, de três a quatro anos, em que as perdas anuais chegaram a 1/3 das colmeias, percentual que nos últimos dois anos diminuiu bastante.

“Hoje, estima-se que as perdas estejam em torno de 15%, mas, ainda acima dos 5% que é considerado normal, e dos 10% aceitável”, observa Cella, destacando que vale lembrar que a população de abelhas é reconstituída pela reprodução natural e também pela multiplicação de colônias feita pelos apicultores.

Entre as causas mais prováveis da mortandade das colmeias, está o uso excessivo de inseticidas nas lavouras, que interfere em duas situações: em doses letais, matando as abelhas imediatamente e em dosagens subletais, diminuindo a resistência da abelha e deixando-as mais susceptível a outros fatores que podem levar ao colapso da colônia.

“Cabe lembrar que essas substâncias químicas contaminam os componentes da colméia, como os favos de cera, permanecendo ali por longos períodos”, aponta Cella.

A redução da população de abelhas preocupa não apenas no âmbito da produção de mel, produto que é a base da economia para muitas famílias, mas principalmente, porque para que haja a formação de alimentos como frutos e sementes, as flores precisam ser polinizadas, e essa polinização é feita em maior ou menor grau, dependo da cultura, pelas abelhas. “Assim, a diminuição da polinização acarreta em menor produção de alimentos”, alerta Cella.

Desta forma, é fundamental que o apicultor faça sua parte, realizando um manejo correto das colmeias, proporcionando que a colônia de abelhas se mantenha saudável e produtiva, minimizando as possíveis condições adversas, como as oriundas do clima.

Para isso, a Epagri destaca que é fundamental que os produtores sigam algumas orientações, como:

Manter rainhas novas e preferencialmente selecionadas;

Nutrição, não somente energética, mas principalmente proteica;

População maior que 60 mil abelhas já no período de floração, alimentando-as e estimulando a rainha para que faça postura de 40 a 60 dias antes do inicio da florada principal, condição essencial para boa produção de mel e ou serviço de polinização;

Controle da temperatura do ninho, reduzindo o espaço interno em épocas de temperatura baixa, utilizando entre tampas verticais e horizontais;

Trocar periodicamente os favos escuros por quadros com cera alveolada;

Favorecer a sanidade, proporcionado exposição solar da colmeia durante o inverno, evitando introdução de material genético vindos de outras regiões, fornecer para as abelhas somente pólen e mel produzidos na propriedade, para evitar a entrada de patologias vindas de outros apiários.

“O apicultor tem que trocar regularmente os favos velhos, controlar a varoa com orientação técnica e não introduzir no apiário material genético vindos de outras regiões, pois praticamente todas as pragas e doenças que estão acometendo as abelhas foram trazidas pelo homem de alguma forma, de algum lugar do mundo e estão se disseminando rapidamente”, alerta Cella, comentando que é importante também, realizar o controle da enxameação através da substituição de rainhas velhas ou com instinto enxameatório e proporcionar espaço para crescimento da colônia com a adição de sobre ninhos ou melgueiras no momento certo, além de evitar a exposição solar excessiva no verão.

“Outro fator importante, é realizar o manejo das colméias em dias e horários favoráveis, para não prejudicar as colonias”, orienta.
(Uagro)

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