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terça-feira, 23 de abril de 2024

CPI do Cimi ouve sociólogo e jornalista na 1ª oitiva

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14/10/2015 06h58 – Atualizado em 14/10/2015 06h58

A Comissão Parlamentar de Inquérito do Cimi realizou ontem a primeira oitiva e ouviram os colaboradores Lorenzo Carrasco que é sociólogo e jornalista mexicano e o jornalista e escritor Nelson Barretto. A reunião aconteceu no Plenário Deputado Júlio Maia.

Na abertura dos trabalhos a presidente da comissão, deputada Mara Caseiro (PTdoB) reafirmou o propósito da CPI. “Esclarecer, relevar fatos, mostrar toda a verdade sobre as denúncias que chegam a esta Casa de Leis de que o Conselho Indigenista Missionário tem não apenas incitado, mas financiado as invasões de terras particulares em Mato Grosso do Sul”, declarou a presidente.

“Ao contrário do que muitos pensam, não se trata de uma caça às bruxas. Nesta guerra, não há vencedores ou perdedores: todos saem prejudicados com o conflito no campo, conflito este que tem ceifado vidas tanto de indígenas quanto de produtores rurais. Conflito que tem trazido prejuízos enormes tanto às comunidades indígenas, já vitimizadas pela miséria e falta de assistência governamental, quanto aos produtores, que mesmo tendo o título legal de suas terras, vêem suas propriedades invadidas, seu patrimônio dilacerado e não conseguem produzir”, complementou a deputada.

Lorenzo Carrasco em seu pronunciamento declarou que os filhos são brasileiros e que isso o obriga a defender o Brasil. “As principais vítimas são os próprios indígenas por falta de políticas públicas que impendem a convivência dos indígenas integrante do povo brasileiro. É inacreditável que ainda haja separação racial”, ressaltou.

“Creio que a CPI busca a verdade, ninguém quer mentiras, ninguém quer matar os indígenas, não tenho o interesse de defender um ou outro, mas sim contribuir para a melhoria da humanidade”, considerou ainda Carrasco.

O jornalista e escritor Nelson Baretto contou ter sangue indígena e ser defensor do povo indígena no início do seu relato para a CPI do Cimi. Ele apresentou um breve relato de toda a história do Brasil envolvendo o indígena e apresentou dados relevantes para análise da comissão. Foi questionado pelo deputado Pedro Kemp se tinha conhecimento e provas que o CIMI incita, estimula e financia invasões de terras no MS.

“Não tenho provas, esse é o papel da CPI, mas essas ideias são valorosas, o próprio Marx dizia que a economia que move o mundo, mas ele mesmo como economista defendia muitas ideologias. A ideologia tem sua importância”, declarou Barretto.

O relator da CPI, deputado Paulo Corrêa (PR) declarou seu repúdio a pessoa que disse que a soja e a carne de Mato Grosso do Sul tem o sangue de crianças indígenas. “Eu gostaria de mudar essa frase e dizer que a soja e a carne do Mato Grosso do Sul tem suor do produtor rural, eu não aceito terem falado tamanha mentira, eu repúdio essa frase”, afirmou Corrêa.

Também membro da comissão, deputado Pedro Kemp (PT) questionou a forma do andamento dos trabalhos da CPI. “Eu entendo que está audiência pública não poderá constar no relatório da CPI conforme o Regimento Interno desta Casa. A reunião ficou prejudicada porque palestra não consta no Regimento Interno. Respeito as palestras proferidas nesta tarde, mas eu não concordo com as afirmações e o conteúdo exposto”.

Ao final dos trabalhos da tarde a deputada Mara Caseiro agradeceu os colaboradores da primeira oitiva Lorenzo Carrasco e Nelson Barretto. “Agradeço a contribuição de vocês que nos ajudaram a dar um norte nos nossos trabalhos aqui na CPI do Cimi. E reafirmo nosso compromisso com esta CPI que é de esclarecer, relevar a verdade, mostrar quem de fato tem culpa e quem é inocente nesse processo”, destacou a parlamentar.

Foram aprovados pelos membros da comissão para serem ouvidos nas próximas oitivas o delegado da Polícia Federal Alcídio de Souza Araújo, os produtores rurais Ricardo Augusto Bacha, Jucimara Barbosa Bacha e Vanth Vani Filho e o reitor da Universidade Católica de Mato Grosso do Sul (UCDB), Padre Ricardo Carlos.

Participaram ainda da reunião, os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito, deputado Marquinhos Trad (PMDB) e Onevan de Matos, o presidente da Casa de Leis deputado Junior Mochi (PMDB), e os deputados João Grandão (PT), Renato Câmara (PMDB) e Zé Teixeira (DEM). A próxima reunião será no dia 20 de outubro às 14h na Casa de Leis. (Juliana Turatti – Portal ALMS)

CPI do Cimi realizou ontem primeira oitiva foto - Wagner Guimarães

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