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sábado, 20 de abril de 2024

Santa Casa antecipa fim de contrato com Centro de Oncologia após 3 mortes

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28/07/2014 08h02 – Atualizado em 28/07/2014 08h02

Segundo o presidente da ABCG, instituição que mantém o hospital, a “quebra do relacionamento de confiança” foi fator determinante

De Campo Grande

Após as mortes de três pacientes que faziam quimioterapia na Santa Casa de Campo Grande, a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade mantenedora do hospital, antecipou o rompimento de contrato com o Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, empresa que prestava serviços na unidade de saúde.

Durante entrevista concedida na sexta-feira (25), Wilson Teslenco, presidente da ABCG, afirmou que a decisão foi tomada, principalmente, pela quebra no relacionamento de confiança entre as duas instituições.

Ele alega que a o Centro demorou a informar ao hospital sobre os casos das pacientes Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, Maria Glória Guimarães, 61 anos, que morreram nos dias 10, 11 e 12 de julho, respectivamente.

“A administração do Centro nos comunicou oficialmente quase uma semana depois das mortes. Desta maneira, foi quebrada a relação de confiança que existia entre as entidades e por isso, decidimos encerrar o contrato”, disse o presidente da ABCG, ressaltando ainda que o a decisão do rompimento já havia sido tomada, mas que foi antecipada, também, por indicação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A Santa Casa reassume o setor de oncologia e de acordo com Teslenco, o processo de transição não vai afetar os pacientes. “Vai ser o mais rápido possível, para que não haja interferência nos tratamentos”, disse.

O Centro mantinha 14 funcionários atuando no hospital. Cinco deles são médicos que vão continuar, os demais foram desligados e o processo seletivo já começou. Uma biomédica, encarregada da manipulação dos medicamentos usados na quimioterapia, foi contratada.

“Os médicos continuam, porque até onde se sabe, eles não emitiram prescrições equivocadas ou outros erros que pudessem causar as mortes das pacientes. São bons profissionais que já atuam na Santa Casa e em outras unidades de saúde. Acreditamos também, que eles não foram responsáveis pela demora na notificação das mortes”, explicou.

Fluoracil

O presidente da ABCG também disse que o medicamento administrado no tratamento do câncer colorretal das vítimas, fluoracil (5-FU), deve ser mantido.

“Por enquanto, não há indicação de que o fármaco tenha sido o responsável pelas mortes, pois os casos foram isolados. O critério adotado pelo hospital para usar o medicamento é a autorização da Anvisa, o que garante a eficiência do produto”, afirmou Teslenco, afirmando que a Santa Casa abriu sindicância interna para apura os fatos.

A Polícia Civil também investiga as mortes. Na semana passada, conforme noticiado pelo O PROGRESSO, os familiares das três vítimas foram ouvidos pela delegada Ana Cláudia Medina, da 1ª Delegacia de Polícia. A quarta vítima, Margarida Isabel de Oliveira, 70 anos, apresentou reações adversas, mas se recuperou e também será ouvida pela delegada.

Anvisa

Também na sexta-feira, representantes da Anvisa que vieram da Brasília (DF) para acompanhar os casos de perto, deixaram a Capital depois de praticamente uma semana. Durante o período que ficaram em solo sul-mato-grossense, fizeram uma devassa nos procedimentos da oncologia,partindo desde o manuseio dos medicamentos até o histórico das vítimas. A Agência tem 30 dias para emitir um relatório sobre as mortes.

Fotos: Renan NucciPresidente da Santa Casa disse que Centro demorou a relatar as mortes das pacientes

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