10/02/2015 07h01 – Atualizado em 10/02/2015 07h01
Servidores da Procuradoria da República em MS aderem à greve
Servidores do Ministério Público da União (MPU) de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas aderiram ontem à greve nacional, que começou no dia 5 deste mês, por reajuste salarial que não vem há cerca e nove anos.
Em Dourados, os 32 servidores decidiram parar por tempo indeterminado mas vão manter 30% do efetivo para garantir os serviços essenciais, como processos judiciais urgentes. Os procuradores não fazem parte da paralisação, pois já conquistaram reajuste salarial.
Na Procuradoria da República em Campo Grande a greve foi acatada após assembleia ontem. Os servidores da Capital se concentraram em frente a sede do Ministério Público Federal, na Avenida Afonso Pena, prédio que também abriga do Ministério Público Eleitoral (MPE) e do Trabalho (MPT).
Os servidores, que congregam também o Ministério Público Militar (MPM), portavam faixas e cartazes explicando o motivo da paralisação. Como argumento para a paralisação, a categoria lembra que os procuradores da República, recentemente, tiveram reajuste salarial, porém, os demais servidores do órgão não conseguiram o aumento de salário.
Segundo cálculos realizados pela coordenação nacional do movimento, para recuperar a perda salarial em nove anos, com base na inflação e falta de reajuste corretivo, seriam necessário um aumento de 50% do salário atual.
Também estão na pauta dos servidores a redução da jornada de trabalho de oito para seis horas diárias, aumento do auxílio creche e alimentação e enquadramento para servidores em fim de carreira no plano de cargos, carreira e salários do órgão.
Segundo o diretor-executivo do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União (Sinasempu), Marcos Aurélio Moreira da Silva, os trabalhadores querem que a Procuradoria-Geral da República conceda reajuste de 56%. Silva afirma que a proposta prevê reajuste escalonado em três anos.
O impacto sobre a folha salarial seria de de R$ 1,6 bilhão durante o período, sendo R$ 300 milhões em 2015. O diretor diz que são 20 mil servidores do MPU em todo o país.
Eles afirmam que não vão participar de audiências do MPT no TJ, não vão participar das audiências do MPDFT ou das plenárias do CNMP. O Ministério Público da União disse que considera justa a reivindicação da categoria e que o projeto para reajuste salarial tramita atualmente no Legislativo.