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sábado, 20 de abril de 2024

A missão da mídia católica – Dom Redovino Rizzardo, cs

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Dom Redovino Rizzardo, cs*Todos os anos, na festa da Ascensão do Senhor, a Igreja Católica celebra a Jornada Mundial das Comunicações Sociais. Na Ascensão, Jesus volta ao Pai, depois de ter transmitido à humanidade a “Boa Notícia” que trouxera de sua pátria, o céu, e que assim foi resumida pelo apóstolo que melhor a entendeu: «Deus é amor. Quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele» (1Jo 4,16).

Em sua mensagem alusiva à Jornada, Bento XVI lembra que, como em qualquer outro campo da atividade humana, também na comunicação «o progresso oferece inéditas potencialidades para o bem, mas ao mesmo tempo abre possibilidades abissais para o mal que antes não existiam».

No tema escolhido para o dia: «Os meios de comunicação social: na encruzilhada entre protagonismo e serviço. Buscar a verdade para partilhá-la», o Pontífice interroga e questiona as escolhas que todos e a toda hora fazemos em relação aos objetivos e às atitudes que tomamos. Nesse caso, protagonismo se confunde com auto-referência, o desejo mais ou menos secreto de nos fazer o centro deste mundo todo-poderoso que é a mídia. Tudo deve girar ao nosso redor. Os ouvintes e telespectadores não passam de anônimos, que é preciso fisgar de todas as maneiras para não perdê-los.

Os comunicadores que assumem sua tarefa como uma missão têm como ponto de referência o compromisso com a verdade, a dignidade do ser humano e o bem da sociedade. Estabelecem um relacionamento vital e fraterno com os irmãos e as irmãs que os acompanham. Não mercantilizam as notícias, adaptando-as à “onda” do momento ou ao gosto de quem busca pretextos para satisfazer sua curiosidade doentia. Conscientes do poder de persuasão que exercem na criação e difusão de valores, pautam seu comportamento de acordo com a ética e as convicções que geram um mundo melhor.

Não basta, porém, ser um bom católico para ser um bom comunicador. O que torna uma empresa grande e vitoriosa? Em primeiro lugar, a ação sábia e inteligente de seus diretores e, em seguida, a colaboração dos funcionários. Da mesma forma, se uma TV ou rádio católica quiser atingir seus objetivos, seus comunicadores precisam ser escolhidos a dedo, ter competência, profissionalismo, embasamento cultural e uma espiritualidade profunda e aberta, capaz de suscitar adesão e empatia nos que sintonizam seus programas.

Se há emissoras católicas que pouco ou nada se diferenciam das que não o são – a não ser pela transmissão do terço diário e da missa dominical -, há outras que impingem uma “evangelização” tão maçante e monótona, que afasta imediatamente os incautos que ainda não despertaram para a fé. Santo Antônio, um dos maiores comunicadores de seu tempo, dizia a esse respeito: «A palavra é viva quando são as obras que falam. Cessem, portanto, os discursos e falem as obras. Estamos saturados de palavras, mas vazios de obras».

Ao invés de privilegiar monólogos, sermões e conferências, a comunicação do futuro será cada vez mais interativa, estabelecendo com os radiouvintes e telespectadores um diálogo feito de compreensão, apoio e ânimo, capaz de envolvê-los e sustentá-los em suas dificuldades e esperanças.

Essa é também a opinião do arcebispo Dom Cláudio Maria Celli, Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais: «Não se pode esquecer que os nossos meios de comunicação se dirigem não só aos católicos, mas a todos os homens. Não tendo como destinatários somente pessoas que pertencem à Igreja, eles devem dedicar uma atenção profunda a tudo que existe na alma e no coração humano, onde, às vezes, pode haver distância ou nostalgia de Deus. A mídia católica não pode transformar-se num instrumento de fundamentalismo religioso ou de integrismo cultural. A Igreja não é uma “torre de marfim” que se ergue como dona da verdade, mas uma Igreja que sabe acolher, entender, dialogar e respeitar».

Na manhã do dia 20 de junho, recebendo os participantes do Congresso Internacional para os Responsáveis de Rádios Católicas, Bento XVI apresentou a missão e a metodologia que devem assumir as emissoras católicas: «É importante tornar a Palavra de Deus atraente, dando-lhe corpo através de transmissões radiofônicas que toquem o coração dos homens do nosso tempo e participem na transformação da vida dos nossos contemporâneos. Com a palavra, o rádio participa da missão eclesial, mas, ao mesmo tempo, gera uma nova maneira de viver, de ser e de fazer Igreja. As múltiplas formas de comunicação podem ser um dom de Deus a serviço do desenvolvimento da pessoa humana e de toda a humanidade. Através da palavra e da música, a rádio pode informar e formar, anunciar e denunciar, mas sempre no respeito da realidade e na clara perspectiva da educação à verdade e à esperança».*Bispo de Dourados. [email protected]

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