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Dourados
sábado, 20 de abril de 2024

Carta aberta ao Médico Governador – Dr. Jajáh

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Dr. Jajáh*Meus amigos, se considerarmos, como considera grande parte dos médicos, que o coração é o segundo órgão do corpo humano em importância, sendo precedido apenas pelo cérebro, a nossa cidade – Dourados – seria o coração do nosso estado. Mas hoje peço vênia (como diriam os advogados) para mandar uma carta para um colega médico que, eventualmente, é o governador do nosso estado.

Nobre colega André, muito bom dia!

Considerando que você pretende fazer pelo nosso estado o melhor de sua capacidade e inteligência, a exemplo do que fez por nossa capital, venho, com todo respeito, tratar de um tema que urge solução.

O paciente – Mato Grosso do Sul – que você por quatro anos foi escolhido para ser o cuidador principal apresenta muitos sintomas e sinais em seus diversos órgãos que merecem os seus atenciosos cuidados.

Estou aqui para chamar a sua atenção, e solicitar especial dedicação sua e de sua laboriosa equipe, para um problema grave pelo qual está passando um dos principais órgãos desse paciente: o coração.

Você sabe, meu nobre colega, que uma das principais funções do coração é bombear. Bombear sangue, bombear oxigênio, bombear nutrientes, bombear vida. Bombeando faz com que os nutrientes e a energia (oxigênio) alcancem os demais órgãos do corpo e suas unidades celulares. Mas para que esse órgão exerça sua função adequadamente é indispensável que as suas vias estejam livres, desembaraçadas e em condições perfeitas para livre o fluxo.

A nossa cidade de Dourados – o coração do nosso estado – sofre há muitos anos – mais de 20 – de um mal de instalação insidiosa, cujos efeitos se manifestam por prejuízos no dia-a-dia de sua valiosa população. O desejado progresso, e com ele o asfalto de estradas que antes não permitiam trânsito de determinados veículos, agravou sobremaneira os sintomas e os sinais de sofrimento apresentados.

O quadro clínico atual pode ser sintetizado por: presença de grandes moléculas – enormes carretas, muitas delas conjugadas – transitando pelas artérias e veias do órgão atravancando o trânsito, destruindo o leito dos vasos que não foi planejado para suportar tamanhos pesos – acima de cinqüenta toneladas -, frequentemente arrebentando os fios de condução nervosa (elétrica e de telefonia), avançando sinais, provocando acidentes obstrutivos (automobilísticos), provocando fissuras nas paredes dos vasos (rachando calçamentos e estourando canalizações de água e de esgotos). Não raras vezes são encontrados grandes moléculas/veículos entupindo arteríolas periféricas com o seu condutor desorientado sem saber como encontrar o seu destino.

Esses veículos, nobre colega, vêm do norte ou do sul e se dirigem ao sul ou ao norte. Não encontram outra opção a não ser invadir a nossa cidade causando todos os efeitos colaterais como resumidamente apresentei acima.

Urge resolver essa questão. E acreditamos que quem fez o que fez no órgão principal do estado – a capital – é capaz de fazer o que precisa ser feito no coração. Um by pass. Uma ponte. Como uma ponte de safena ou de mamária que faz com que o sangue alcance a região situada depois do obstáculo, é necessário – INDISPENSÁVEL – a construção de uma artéria que permita que os veículos que pretendem alcançar os órgãos do sul ou do norte não tenham que invadir a intimidade da nossa pulsante metrópole.

O tratamento/solução é conhecido, cantado por todos e decantado por políticos de momento. O povo continua sofrendo e seus bens públicos mal tratados e destruídos.

O sofrimento, seus sintomas e seus sinais, eu detecto. Todos detectamos. A conduta, o tratamento, sua aplicação e execução é tarefa do colega médico, nobre governador e sua dinâmica equipe.

Assim é, meu estimado colega, que o nosso Estado, vivendo a era dos médicos-cirurgiões em seu comando, espera ver esse problema solucionado dentro do prazo que a doença requer. A indicação é de um procedimento cirúrgico de médio porte e o resultado esperado é um trânsito mais livre e mais seguro para o povo de Dourados e para os condutores do progresso do nosso estado.

Na esperança de ser atendido neste justo pleito com a urgência que o caso requer, firmo atenciosamente, o seu colega médico de Dourados.*O autor é médico na cidade de Dourados – Mato Grosso do Sul – O Estado do Pantanal. www.jajah.med.br / [email protected]

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