24.9 C
Dourados
quarta-feira, 24 de abril de 2024

Apesar da multa, caminhoneiros mantém bloqueio em rodovias

- Publicidade -

27/02/2015 06h55 – Atualizado em 27/02/2015 06h55

Acordo entre governo federal e Confederação dos Transportadores Autônomos não surtiu efeito para categorias dos caminhoneiros de todo o país

Flávio Verão

Mesmo sob pena de multa, caminhoneiros mantêm rodovias federais e estaduais bloqueadas em vários estados do país, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul caminhoneiros não dão aval ao acordo anunciado pelo governo de Dilma na noite de quarta-feira, em reunião entre Ministério dos Transportes e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). A paralisação, segundo a categoria, continuará, embora o número de rodovias bloqueadas tenha reduzido ontem, principalmente em São Paulo.

O jornal Douradosagora apurou com que categorias discordam das medidas anunciadas pelo governo de Dilma Rousseff. Pela proposta, o governo promete sancionar a Lei dos Caminhoneiros sem vetos, prorrogar por 12 meses o pagamento de caminhões por meio do Programa Pro-caminhoneiro e criar, por meio de negociação entre caminhoneiros e empresários, uma tabela referencial de frete. Nesse item, os representantes dos caminhoneiros pediram que o governo atue na mediação com os empresários. Não se falou em redução do diesel, principal reivindicação dos caminhoneiros, sendo mencionado, apenas, que o preço será “congelado”.

O diretor financeiro da Coopersul – Cooperativa de apoio aos transportadores rodoviários autônomos de Mato Grosso do Sul, Luiz Adriano Melo, diz que não há nenhum acordo com o governo e que até a tarde de ontem a justiça não havia notificado a categoria a deixar de bloquear as rodovias do Estado. “O governo está noticiando inverdades que há um acordo, mas isso tudo é mentira”, disse ele.

Embora tenha acatado as propostas do governo para pôr um fim aos bloqueios, a própria Confederação Nacional deixou claro durante reunião que a desobstrução das rodovias depende dos caminhoneiros e que caberia aos sindicatos repassar ao acordo.

Em todo o país o movimento é autônomo e por conta disso a paralisação continua, principalmente por parte dos caminhoneiros não sindicalizados, cooperativas e donos de empresas do ramo de transporte. Apenas as centrais sindicais deixaram de apoiar o protesto, para escapar da multa imposta pela justiça. Em Mato Grosso do Sul a 1º Vara da Justiça Federal determinou na quarta o desbloqueio das rodovias federais e fixou multa de R$ 10 mil para cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar o tráfego.

De acordo com Luiz Adriano, o movimento, a partir de agora, ficará ainda mais fortalecido. “A categoria está unida e a proposta apresentada pelo governo não condiz com aquilo que pleiteamos, que é a redução do preço do diesel”, explicou. Caso a categoria receba notificação para deixar de bloquear as rodovias federais, ele diz que os caminhoneiros vão migrar o bloqueio para as rodovias estaduais.

Em Dourados aumentou de 4 para 8 os pontos de bloqueio, sendo 5 trechos somente na BR-163, de acesso a cidades como Caarapó, Fátima do Sul, distritos de Indápolis e Vila Sapé e em frente a base da Taurus petróleo. Há também bloqueio na BR-463, trevo de acesso a Laguna Carapã, anel viário em Dourados ao lado da penitenciária estadual e MS-282, no distrito de Indápolis.

Alguns postos em Dourados começaram a sofrer com a falta de combustíveis durante o dia. Somente no período da noite, quando as rodovias são liberadas, é que voltam a ser abastecidos. Empresas de hortifruti são as mais atingidas, embora nos supermercados já é possível encontrar a falta de algumas mercadorias nas prateleiras.

O estado mais prejudicado é o Paraná, onde a greve dos caminhoneiros é 24h. Em algumas cidades do interior as prefeituras já adotaram meio expediente, escolas passaram a dispensar os alunos mais cedo e postos de combustíveis estão zerados desde ontem. Idair Parizotto, secretário-geral do Sindicato dos Transportadores Autônomos (Sinditac) do Paraná, diz que a categoria não apoia e nem aceita as medidas apresentadas pelo governo Dilma. No Mato Grosso o setor mais prejudicado é do agronegócio. Falta diesel no estado e as máquinas estão paradas para colher a safra.

Motoristas fecham rodovias em Douradosfoto - Hedio Fazan

Veja também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-
Verified by MonsterInsights