05/09/2014 15h05 – Atualizado em 05/09/2014 15h05
Valéria Araújo
A tatuagem é uma arte milenar tão antiga quanto à humanidade, mas continua se reinventando. Como o vestuário, sempre surgem novas tendências ou as antigas voltam e são repaginadas e, assim, o ciclo se repete.
Em Dourados as tendências dos grandes centros chegaram com toda a força para este verão. O lançamento de novas técnicas e práticas atrai cada vez mais adeptos que querem eternizar lembranças e sentimentos na própria pele. Mas não é só isso, muitas pessoas fazem porque acham bonito ilustrar desenhos na própria pele. Alguns optam por desenhos convencionais, outros preferem mais radicais, vai do gosto, segundo o tatuador Jorge Lange.
Com a agenda lotada todos os dias, Jorge revela que muitas pessoas buscam os estilos clássicos que nunca saíram de moda, como as sereias, corações, fitas, âncoras, rosas, estrelas náuticas. Outro bastante procurado é o realismo, com muito muitos sombreados e traços complexos. “O realismo é muito usado por quem quer tatuar fotos e figuras humanas”, explica. Também têm os mais radicais, que preferem dragões, águias, carpas, muito procurados pelos homens.
Jorge revela que as mulheres preferem desenhos mais delicados. Em muitos casos, homenageando pessoas queridas com provas de amor, nomes, frases ou figuras simbólicas. Ele conta que o público que procura fazer uma tatoo é bastante diversificado, como, por exemplo, jovens ou pessoas mais maduras, pais, avós que querem homenagear filhos, netos tatuando seus nomes na pele.
Perfil
O tatuador Vanildo Matos, com cerca de 12 anos na arte, revela que o perfil das pessoas que hoje procuram fazer tatuagem mudou bastante, está diversificado e a preferência são os desenhos da moda. “A tatuagem sempre esteve ligada aos movimentos de rebeldia, por isso, criou-se um preconceito, mas essa tendência mudou bastante. Somos muito procurados por estudantes, professores, profissionais das áreas jurídicas, funcionários públicos, comerciantes e demais segmentos”, revela.
Tatuadores Vanildo Matos e Igor Gambit
A procura pela tatoo cresceu tanto de forma geral que hoje o mercado oferece o que há de melhor para os profissionais. “Em Dourados há cerca de cinco anos era difícil até comprar materiais para trabalhar. Tínhamos que adquirir fora. Hoje temos produtos de boa qualidade dos mais utilizados nos grandes centros à disposição”, acrescentou Vanildo Matos.
Novo cenário
Há pelo menos uma década na área, o tatuador Igor Gambit percebe o quanto o cenário para a tatuagem mudou nos últimos cinco anos, não só em Dourados, Brasil, mas em outros países, avalia ele. “A tatuagem vem perdendo a marginalização a que foi submetida há anos. É uma expressão cultural que atinge desde as pessoas comuns, profissionais de vários segmentos e artistas”, comenta.
Ele lembra que há alguns anos existia esse preconceito bastante forte, que chegava a inibir grande parte dos jovens que tinham medo da reação da família e até receio de não encontrar emprego por causa disso. “Mas hoje, as coisas mudaram bastante e ter algumas tatuagens não muito chamativas no corpo é algo considerado normal”, comenta.
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