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sábado, 20 de abril de 2024

Burocracia barra acesso à quimioterapia; mãe apela à Defensoria

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02/10/2014 07h38 – Atualizado em 02/10/2014 07h38

Burocracia impede paciente fazer quimioterapia; mãe apela à Defensoria

A mãe está desesperada com tratamento que já deveria ter iniciado contra tumor no cérebro do filho

Flávio Verão

Burocracia e jogo de empurra. Assim define Lurdes Marli Graauw sobre o plano de saúde Amil. Há mais de duas semanas ela aguarda um documento para informar se o filho, Kenedy Junior, titular do plano, poderá fazer tratamento completo de quimioterapia. O rapaz com câncer no cérebro precisa com urgência iniciar o tratamento, até agora não liberado.

O diagnóstico de linfoma não hodgkin difuso veio em julho, após o paciente passar pela terceira cirurgia no cérebro. Até então ele vinha sido tratado como se fosse uma outra doença. Com a descoberta, Kenedy, que tem 35 anos e pai de dois filhos, ficou aos cuidados da mãe. “Tudo começou em dezembro passado quando ele passou mal e precisou fazer cirurgia às pressas, para tirar um licor do cérebro”, conta a mãe do rapaz.

Depois vieram as outras duas cirurgias e agora, sob cuidados de um oncologista, num hospital particular de Dourados, Kenedy precisa com urgência iniciar a quimioterapia, para impedir o crescimento do tumor. “Há duas semanas foi solicitado a quimioterapia e até agora o plano de saúde não liberou todo o tratamento”, diz Lurdes Marli.

Ela explica que a Amil aprovou somente o pagamento de honorário da equipe médica, chamado de “terapia”, mas a medicação que o filho terá que utilizar durante a quimioterapia não foi aprovado. “Preciso que o plano justifique a negativa do tratamento para que eu possa dar entrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e por lá dar continuidade, se for preciso”, diz a mãe.

O plano do filho é empresarial, do hipermercado Extra, e todas as cirurgias e internações feitas até agora a Amil deu cobertura. “Fico sem dormir porque preciso encontrar uma solução para o caso. Ele paga o plano e todas as vezes que é preciso uma intervenção de complexidade vem a burocracia”, relata a mãe. Ela conta que a primeira cirurgia foi remarcada três vezes em razão burocráticas do plano, problema que se repetiu outras vezes.

Para agilizar o procedimento, Lurdes buscou auxilio na Defensoria Pública que já solicitou uma resposta do plano sob pena de multa no valor de R$ 100 mil, caso não dê resposta. No entanto, o processo ainda não passou pelo juiz e segue em andamento. Lurdes também tenta transferir o tratamento do filho para o SUS, porém, ele teria que iniciar os procedimentos desde o início, com consulta pelo médico, exames, novos diagnósticos para só depois constatar se ele precisa de quimioterapia. “Meu filho não pode esperar, ele sente muitas dores na cabeça, está inchado”, diz a mãe, que procurou o Dourados Agora em desespero.

A reportagem tentou contato com Amil, sediada em São Paulo. Pelo 0800 a atendente solicitou pedido de informações com assessoria de imprensa do plano de saúde. Um e-mail foi enviado ao responsável pelo setor, sobre o caso de Kenedy, porém não foi respondido até o fechamento deste material.

foto: Flávio VerãoLegenda: Lurdes mostra laudo médico que afirma que seu filho precisa de quimioterapia com urgência

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