16/12/2014 06h53 – Atualizado em 16/12/2014 06h53
Transplantes de rins ficaram paralisados por um ano em MS e serão retomados em janeiro, segundo a OAB
Valéria Araújo
Com os transplantes de rins paralisados há 1 ano, o estado registra perda de pacientes. Em Dourados, segundo a Clínica do Rim, este ano ocorreram 45 mortes de renais crônicos. Destes, seis estavam inscritos na fila do transplantes, sete tinham termo de responsabilidade de negação (possíveis recusas por medo), 21 pacientes eram contra indicados para o transplante por complicações de outras doenças e 11 pacientes estavam no início do tratamento.
A boa notícia é que os transplantes de rins serão retomados em janeiro de 2015, conforme acordado no último dia 10 em audiência em Campo Grande promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS).
A presidente da Comissão de Assistência à Cidadania da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ), Tatiana Marques Garcia destacou as dificuldades dos renais no Estado. “Há 400 renais crônicos na fila aguardando a cirurgia. Muitos não têm condições financeiras e nem plano de saúde para buscarem auxílio em outro estado, pois o governo federal disponibiliza apenas a passagem de ida e uma ajuda diária de R$ 25”, comentou.
Ainda na audiência o diretor técnico da unidade, Luiz Alberto Kanamura disse, durante a audiência, que estrutura e equipe estão prontas para que as operações voltem a ser feitas, no entanto o problema está na redução da equipe que, segundo ele, conta hoje apenas com um nefrologista, sendo que são necessários pelo menos dois profissionais. No final do ano passado a equipe da Santa Casa foi desabilitada pelo Ministério da Saúde para prestar o serviço no Estado e, de lá para cá, o hospital vem buscando se adequar na busca pelo credenciamento. “O procedimento não é complicado, mas sim o pré e o pós-operatório, pois tem muitas intercorrências e um médico só não dá conta da demanda”, comentou Kanamura.
No debate, alguns pacientes relataram as dificuldades enfrentadas atualmente. Marcia Antunes, representante da Associação dos Renais Crônicos e Transplantados de Mato Grosso do Sul (Recromasul), espera que a situação seja resolvida o quanto antes. Na luta por um rim e devido a paralisação em MS, optou por buscar o órgão em outro estado.
Em Dourados o presidente da Renasul, José Feliciano diz que as expectativas de reinício dos trasplantes são grandes para evitar as mortes.
