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sexta-feira, 29 de março de 2024

Em entrevista ao Douradosagora, engenheiro antecipou problemas na perimetral

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23/07/2014 09h24 – Atualizado em 23/07/2014 09h24

Em entrevista ao Douradosagora, em 2012, engenheiro antecipou problemas na perimetral

fotos – Cido Costa/Douradosagora

Douradosagora

A esperança de trânsito seguro para Dourados, de fato, acabou em problema sério para os usuários da via construída com objetivo de tirar o tráfego pesado da região central da cidade – o anel viário, também conhecido como perimetral norte ou rodoanel. Na via, hoje bloqueada por um grupo de indígenas, cinco morreram atropelados em dois anos.

Em entrevista concedida do Douradosagora, no ano de 2012, o engenheiro civil Rubens Di Dio (Escola de Engenharia de Lins-SP), diretor da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra e professor dos cursos de engenharia civil e arquitetura (Unigran), antecipou problemas que viriam decorrente de falhas apontadas por ele, na perimetral de Dourados, como mostram as fotos tiradas naquele ano.

Segundo Di Dio, as rotatórias em declive (descida) e aclive (subida) presentes em pelo menos dois pontos do anel viário provocam frenagem e curva acentuada. O contorno perigoso pode ser decorrente de problemas com desapropriações de área ou a própria geologia, avalia o professor de engenharia civil.

“Os veículos com grande tonelagem que vão passar por aquela via poderão enfrentar problemas de trafegabilidade e segurança, com as muitas curvas”, diz.

Di Dio lembra que ao longo de alguns trechos há bairros residenciais e comércios, com tendência imobiliária de surgirem novos loteamentos que poderão ficar sob a ‘mira’ deste tráfego pesado e perigoso, onde também passam pedestres e veículos de tração animal.

“Liberaram o tráfego sem equipamentos de segurança, como sinalização”, diz Di Dio que observou todas estes problemas durante caminhadas por diferentes trechos do rodoanel. “Eu sou a favor do anel viário, que é algo muito importante para Dourados, para o escoamento da produção agrícola e a trafegabilidade pesada fora do centro da cidade. A via também vai contribuir para a redução do número acentuado de aves, como os pombos no centro da cidade, que transmitem doenças, danificam a rede elétrica e outros. Não sou contra o anel viário. Mas penso que é preciso projetar para o futuro. Se pensou em rapidez e eficiência e se esqueceu da segurança. A engenharia está ai justamente para isto”, enfatiza o professor universitário.

Segundo o engenheiro, a solução agora é proteger o usuário com mecanismos como os guard rails, ciclovias e iluminação. “É preciso pensar no planejamento futuro, já que dali sairão avenidas Norte e Sul da cidade; tem que se pensar em viadutos – obras de arte – antes que o progresso chegue lá e atravanque todo o sistema, exigindo uma reengenharia que tratá aumento de custos desnecessários”, diz o engenheiro Rubens Di Dio, lembrando que este é o papel da arquitetura e engenharia. “Depois que o problema acontece, tem que remediar”, arremata.

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