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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Expansão desordenada pode esvaziar centro de Dourados, diz especialista

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30/05/2015 11h24 – Atualizado em 30/05/2015 11h24

Valéria Araújo

“Envelhecido” e expandindo de forma desordenada para os bairros, o centro comercial de Dourados corre o risco de ser esvaziado. O alerta é do arquiteto e urbanista Luiz Carlos Ribeiro. A preocupação, segundo ele, surge em um momento em que, sem estrutura planejada, Dourados direciona a área comercial para os bairros e regiões como shopping, Atacadão, mercado Extra e Havan, além da Perimetral, que já atrai empresas e consumidores para aquela área. “A tendência é de que a área central de Dourados esvazie com a concentração de grandes investimentos no entorno da cidade. O consumidor foge do centro devido aos problemas de organização urbana. O trânsito traz transtornos e a falta de atrativos acaba desmotivando a compra no centro, quando se tem outras opções”, destaca.

Buscando sanar este e outros problemas crônicos da área central como a falta de espaços para ciclistas, pedestres, pessoas com deficiência e até para motociclistas e motoristas, o arquiteto elaborou um projeto moderno que projeta a Dourados do futuro e recria a área central. O plano será apresentado no 1º Seminário de Mobilidade Urbana – “A Dourados que Queremos”, nos dias 19 e 20 de junho. O evento é uma realização do deputado Geraldo Resende com a Câmara de Vereadores e trará autoridades no assunto que vão “recriar” o modelo de trânsito do município. Além de palestrantes locais, o evento trará Darlo Reis, secretário nacional de Transportes e Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades e o presidente do IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), Sérgio Povoas Pires, que vai abordar o reflexo que as intervenções de mobilidade urbana trazem na qualidade de vida das pessoas.

De acordo com Luiz Carlos Ribeiro, o projeto que vai ser apresentado por ele, também tem a finalidade de resolver problemas crônicos como “envelhecimento” e desvalorização imobiliária na área central, além da organização do trânsito. O ideal, segundo Ribeiro, é que a área central receba investimentos para acompanhar o ritmo de Dourados. “A vinda de indústrias para a região cria um fluxo maior de pessoas no município. São novos empreendimentos, novos moradores e mais clientes de cidades vizinhas”, detalha.

O projeto cria um “shopping a céu a aberto”, como define o arquiteto. Segundo ele, o plano é integrar questões de transporte coletivo, viário, estrutura e de passagem para ciclistas e pedestres, levando atrativos a área central de forma organizada. O traçado compreende 11 ruas transversais entre as avenidas Weimar Torres, Joaquim Teixeira Alves, Marcelino Pires. Nesta última, a principal de Dourados, há faixa exclusiva para ônibus de ida e volta, para embarque e desembarque de passageiros. As bases imitam modelos já existentes em cidade como em Curitiba (PR). Para isso é necessário a retirada do canteiro central, que vai para a lateral esquerda junto com pistas de pedestres e ciclistas, próximo às calçadas. “Todo o traçado permite calçadões e canteiros de larguras variáveis, assim como as faixas de ônibus com pisos elevados e que garantem acessibilidade”, disse.

A medida alarga as ruas e cria capacidade para três vias de ida e volta, sendo uma delas destinada somente para o estacionamento. A linha específica para ônibus leva curvas, o que dispensa redutores de velocidade. Todas as calçadas terão atrativos e levarão plantios de árvores específicas de urbanismo. As ruas transversais e avenidas principais levam retornos e sistemas que dispensam lombadas, semáforos, entre outros.

As avenidas Weimar Torres e Joaquim Teixeira Alves serão vias de mão única, sendo uma no sentido e outra noutro. O projeto também dispensa o transbordo, o que para Ribeiro será uma forma de abrir a Rua Onofre Pereira de Matos, descongestionando o fluxo de veículos naquela região. Segundo o arquiteto, o projeto é para médio e longo prazo e será disponibilizado para a Prefeitura Municipal.

O projeto também tem a finalidade de resolver problemas crônicos como “envelhecimento” e desvalorização imobiliáriaFoto: Arquivo

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