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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Família vende rifa para tratamento da pequena Yasmin

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11/02/2015 07h47 – Atualizado em 11/02/2015 07h47

Casal já vendeu a casa e agora faz eventos beneficentes para custear cirurgias que a pequena vai precisar para poder andar

Flávio Verão

Para custear as despesas do tratamento da filha caçula, Tatiane Silveira Doffinger e o marido Rodrigo Brunetto já venderam a casa e fazem rifas e festas para custear transporte, estadia e honorários médicos com uma especialista em restauração óssea pediátrica, em São Paulo, que não atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Há dois anos, a rotina do casal mudou com a chegada da pequena Yasmin, criança divertida, alegre e que necessita da atenção dos pais. A menina nasceu sem a fíbula, um dos dois ossos presentes na perna (o outro é a tíbia), que é responsável principalmente para fixação de músculos. Essa má formação é rara e foi descoberta durante a gestação de Tatiane.

Para ver a filha andar o casal não tem poupado esforços e nem economizado humildade na hora de pedir ajuda. “São tantas pessoas que nos ajudam que seria difícil enumerar cada uma delas”, diz Tatiane, referindo-se à família, amigos e pessoas desconhecidas que compram rifas para ajudar nos eventos em prol ao tratamento de Yasmin. Na manhã de ontem Tatiane, que é professora de séries do ensino fundamental, recebeu a reportagem em sua casa, um apartamento alugado num condomínio localizado no Jardim Vista Alegre, região sul da cidade. É nesse local que ela vive com o marido Rodrigo, servidor público, a pequena Yasmin e a filha mais velha, a Isabela, de 6 anos.

O diagnóstico que Yasmin teria má formação nos ossos foi descoberto durante ultrassom morfológico, aquele em que é possível ver o desenvolvimento do bebê na barriga da mãe. Porém, entre vários exames feitos na gestação em hospitais de Dourados e de Campo Grande não foi possível detectar se a má formação poderia estar localizado apenas nas pernas. “A única informação que eu tinha é que o problema seria mais grave nas pernas”, conta Tatiane, alertada pelos médicos que a filha poderia sobreviver poucas horas após o nascimento.

Tatiane entrou em desespero e para buscar mais explicações sobre o caso clínico da filha foi para São Paulo. Vendeu a casa e peregrinou com o marido por vários hospitais e diferentes especialistas da área de ortopedia. Alguns sugeriram amputar as pernas de Yasmin após o nascimento enquanto outros apontaram que seria possível fazer tratamento. Os pais nem quiseram saber da primeira opção e para ver a filha dar os primeiros passos decidiram optar pelo tratamento, independente dos custos que viria pela frente.

E foi durante a peregrinação de Tatiane por hospitais da capital paulista que Yasmin veio ao mundo. “Entrei em trabalho de parto no dia 31 de dezembro de 2012. Era um período em que muitos médicos estavam de férias, por isso eu ficava de um hospital para outro, na tentativa de encontrar um profissional especializado que pudesse nos ajudar”, lembra Tatiane. Deu tudo certo. Yasmin nasceu de parto cesárea e não teve complicações. “Para quem recebeu diagnóstico de poucas horas de vida, foi um alívio e tanto”, diz a mãe, que nunca perdeu a esperança.

Com o nascimento da filha, Tatiane voltou a percorrer consultórios de mais ortopedistas até descobrir o diagnóstico correto: hemimelia fibular bilateral – má formação conhecida pela ausência total ou parcial da fíbula. Essa má formação tem diferentes tipos de graus e Yasmin tem o caso mais severo. A partir daí o casal começou a pesquisar na internet o problema da filha, buscou mais informações e entrou em grupos de debate em redes sociais com outros pais que também têm filhos com o mesmo problema. Com essas pesquisas Tatiane chegou até a médica Monica Paschoal Nogueira, especialista renomada em ortopedia pediátrica e restauração óssea.

Em contato com a doutora Monica, Tatiane e o marido Rodrigo encontraram a oportunidade que sempre esperavam: conseguir tratamento para a filha. Entre consultas e conversas receberam a informação que seria possível por meio de intervenção cirúrgica fazer a correção das pernas e dos pés de Yasmin, que são equinovalgos. Para isso teriam que aguardar a menina completar um ano e meio para iniciar o procedimento. Em outubro passado a pequena passou pela primeira cirurgia, na perna direita. “Graças a Deus deu tudo certo e já estamos observando por meio de exames a evolução”, conta a mãe, que fez questão de mostrar exames de raio X onde é possível ver o único osso da perna de Yasmin sendo alongado com ajuda de um aparelho.

A família agora aguarda o agendamento da cirurgia que deve ser feito na perna esquerda, a mais comprometida, por ser mais curta. O procedimento será o mesmo, onde o osso que resta na perna passa por uma série de intervenção para que ele fique maior e encaixado no devido lugar. Os primeiros dias do tratamento no pós cirúrgico é muito doloroso e Yasmin recebe medicamento para suportar a situação. Mas logo em seguida tudo passa. Durante a reportagem a pequena caminhou dentro de seus limites e mostrou que, embora esteja com um aparelho em uma das pernas e tenha a outra perna mais curta, leva uma vida normal, como qualquer criança.

A família tem plano de saúde, porém, o tratamento realizado pela médica é feito de forma particular. O plano só cobriu o aparelho, orçado em mais de R$ 100 mil, além da estadia no hospital. Os honorários da médica foram todos pagos com dinheiro arrecadado com a venda da casa, e com as promoções beneficentes. Nessa primeira etapa, segundo Tatiane, somente com o custo de honorário médico na realização das quatro cirurgias irá gastar R$ 70 mil, fora custos com deslocamento de viagem, hospedagem e medicações. Por ser um tratamento raro e por causa de Yasmin apresentar um grau de má formação considerada de alto grau, o SUS não oferece esse serviço em sua totalidade.

Depois de fazer essa segunda cirurgia, Yasmin passará por outros procedimentos semelhantes, aos cinco anos e 12 anos, quando os ossos começam a parar de crescer. Entre esse intervalo poderão surgir novas intervenções, já que o tratamento apenas iniciou. Fora isso haverá as sessões de fisioterapia e o período de adaptação e de acompanhamento de evolução do tratamento. Por lutarem desde o início sem desanimar, a família continua firme e confiante para conseguir, dentro das possibilidades, o melhor tratamento para Yasmin.

Rifa

A família está vendendo uma rifa para custear as despesas da próxima cirurgia, que pode ser agendada ainda este mês. Interessados em ajudar a família e ainda a concorrer a prêmios podem entrar em contato com Tatiane pelos telefones (67) 9929-6908 e 3422-0530.

A rifa também pode ser encontrada com amigos e parentes da família bem como na escola Joaquim Murtinho, onde Tatiane é professora, na Rádio Grande FM, Via Celular e Help Celular. No valor de R$ 10, quem adquirir a rifa vai concorrer no dia 10 de abril a três prêmios: um ar condicionado de 12 mil Btus (1º); um iPhone 4S (2º); e a duas camas, sendo uma casal e uma solteiro (3º prêmio).

Mãe explica sobre o tratamento da filha Yasminfoto - Hedio Fazan

Família vende rifa para tratamento da pequena Yasmin

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