16/04/2015 08h50 – Atualizado em 16/04/2015 08h50
Miscelânea cultural acontecerá na praça do cinquentenário neste final de semana
Douradosagora
Os dias 17 e 18 de abril serão marcados pela integração das diferentes vertentes da cena alternativa. Dourados recebe, pela quarta vez, o festival Grito Rock Mundo articulando 16 bandas a nível, estadual, nacional e internacional.
A abertura dos shows principais desta quarta edição do Festival Grito Rock Dourados aconteceu na Praça Antonio João, no último dia 28 de março, com a musicalidade do movimento manguebeat, a melancolia do blues e as batidas pesadas do Heavy Metal. Contemplando mais de um espaço público, nesta edição o festival continua suas ações neste final de semana na praça do conquentenário.
O evento busca em suas ações, apoiar e unir a multiplicidade de estilos e expressões que compõe o Rock and roll e, para além, incentivando e realizando atividades como a Feira de Artes Integradas, bem como o incentivo a articulação de grupos e intervenções artísticas através das campanhas do GritoEncena, Grito Hip Hop e Grito Livre.
A quarta edição trás em destaque a realização da campanha Grito Livre, apoiando ações livres, como intervenções e performances cênicas e circenses, happenings, improvisos e experimentalismos que buscam através da união das artes construir uma nova identidade artístico-cultural para a cidade e região. Nesta oportunidade o festival contará com estrutura de palco alternativo para livre expressão artística, antes das atrações principais do festival. Ações como estas promovem um rico intercâmbio cultural que se constrói a partir de iniciativas de artes integradas e colaborativas.
Por está razão o festival convida a todos os artistas e apreciadores da resistência cultural local a levarem para os espaços da praça suas expressões. Aos artesãos, convidamos a exporem seus trabalhos na I Feira de Artes Integradas e fazer parte desta proposta ainda embrionária dentro da plataforma do festival. Aos demais interessados em expressar sua arte, solicitamos que procurem a produção do festival para melhor adequar sua intervenção-performance na programação.
A edição do festival desse ano é uma realização CASA DOS VENTOS, Fora do Eixo e ABRAFIN e conta com apoio do Toque no Brasil, Secretaria Municipal de Cultura, Casa da Cultura da UEMS, Coordenadoria de Cultura da UFGD, Fundação de Cultura do MS, FUNED – Fundação de Esporte de Dourados , Marco Aurelio & Cia, Arte na Cozinha e Japa Plot.
Mais informações podem ser acompanhadas pela pagina do “O lugar- Grito Rock Dourados” no Facebook (https://pt-br.facebook.com/OLugarDourados) e através do correio eletrônico [email protected]
Histórico Grito Rock Dourados
A ideia de promover o festival Grito Rock em Dourados surgiu em 2011, a partir da necessidade de ampliar os espaços de produções alternativas nos âmbitos da música, das artes plásticas, das artes cênicas dentre outras expressões, visto que a cidade sofre com a escassez de espaços para circulação.
Naquela edição, foram escolhidas 30 bandas de 149 inscritas, das diferentes vertentes do rock que fizeram seus shows nos dias 25 a 27 de março de 2011, marcando a estreia do festival na cidade.
Em 2013, na sua segunda edição em Dourados, os shows principais ocorreram nos dias 01, 02 e 03 de março na praça do Cinquentenário, sendo esta edição a única do Festival Grito Rock no Mato Grosso do Sul.
Ocupando um mês de atividades diversos espaços públicos da cidade, a programação desta edição, contou com debates, saraus e oficinas que tiveram seus resultados obtidos expostos como parte do festival nos dias de shows na praça. Além da música, o festival abriu espaço para intervenções cênicas, ambientais, circenses e demais artes.
Em 2014, a organização do Festival Grito Rock Dourados deu continuidade a todos os princípios e bases ideológicas das edições anteriores, mantendo inclusive a Praça do Cinquentenário como o palco dos três dias de show do festival, datados para os dias 28, 29, 30 de março. Consolidou-se também no calendário oficial da cidade como uma importante ação dos artistas locais em prol da cultura independente de
Dourados
Ainda em 2014, a Câmara de Municipal de Dourados concede aos produtores e equipe do festival uma moção honrosa pelos serviços prestados à sociedade artística sul-mato-grossense.
Este ano o festival amplia ainda mais a presença do festival na América Latina, ganhando força na África, Europa e Ásia, e chega pela primeira vez à Oceania. No Estado do Mato Grosso do Sul a novidade fica por conta da articulação entre as cidades do estado com vivências em residência artística para bandas na Casa dos Ventos, bem como ações em permacultura, bioconstrução, eco-educação e consciência ambiental durante os meses de fevereiro e março.
Programação Grito Rock Mundo – 4ª edição – Dourados
DIA 17-04
18h Grito Livre – Palco alternativo livre
Tia Juana [Dourados]
Carro Velho [Dourados]
Reise [Amambai]
A Batida que o seu coração pulou [Rio de Janeiro – RJ]
Arizona Nunca Mais [Campo Grande]
Dimitri Pellz [Campo Grande]
Naian [Dourados]
DIA 18-04
16h Grito Livre – Palco alternativo livre
Grito Zen – Tokomadera [Pedro Juan – PY]
Grito Hip Hop – Batalha de MC’s
Atos Falhos [Ponta Porã]
Engenheiro Edson [Campo Grande]
Sound Mato [Nova Andradina]
Os Intratáveis [Dourados]
Heresia Blues [Assis – SP]
Vamo Vovó Big Band [Assis – SP]
D.A.M. [Belo Horizonte- MG]
Dimitri Pellz [CG – MS]
Dimitri Pellz é uma daquelas bandas viscerais de tirar o fôlego quando vista em cima do palco. Com uma grande história na cena autoral local, Dimitri foi destaque no 1º Grito Rock Dourados no ano de 2011, e este ano em sua apresentação no sábado (17), celebra seus 10 anos de carreira somando mais uma vez na 4ª edição. A banda apresentará seu primeiro Ep Trepanador, para tirar você da mesmice do rock e te mergulhar em seu universo insano, sem pudores e musicalmente genuíno.
Trepanador é aquele que trepana, perfura o crânio, com o intuito de dar fluxo ao sangue, e assim as novas ideias e pensamentos, e é justamente o que o disco “Trepanador” da banda Dimitri Pellz faz. Após 5 anos de criações soltas, Maíra Espíndola (vocal), Jean Gabriel (bateria), Heitor Chaves (baixo), André Samambaia (teclado e sintetizadores) e Thiago Ferreira (guitarra) lançam seu primeiro e pontual disco.
São 12 canções que na sua maioria tem a composição de Maíra Espíndola e que falam do eu, do outro e dos sentimentos como liberdade, raiva, inveja e até mesmo luxúria. Maíra foge do óbvio nas suas canções, fala de amor, mas não fadado a tratar apenas do querer. Como na primeira faixa “Te Permito Voar” onde vemos a despedida, a declaração de liberdade (aparecendo em forma de poema fraterno e amigável). Ou como na faixa “Ted Anda Nú” que sentimos a liberdade implícita no personagem, que não precisa de vestimentas para viver nesse mundo.
O interessante nesse pacote com doze músicas, é que ele condensa diferentes fases da banda, um momento mais triste, outro mais denso e rápido e a passagem – que se concentra mais no fim do álbum – pelo sarcasmo escrachado com hits como “Vodka” e “Lúcia Lambidinha”.
Dimitri Pellz é uma banda que teve uma evolução musical dentro de si mesmo. As poucas experiências desse grupo fora do seu estado ou cidade o fizeram recriar o ambiente que estava ao seu redor. Os membros definem “Dimitri” como um revolucionário russo que fugiu no meio da guerra fria que ou se tornou travesti ou morreu (nunca se sabe) e esse mistério confuso beirando o demente diz muito sobre eles.
Vamo VoVó Big Band [Assis – SP]
A Vamo Vovó Big Band surgiu da intenção de músicos que tinham em comum a insatisfação com o marasmo da música brasileira, onde tudo o que inova tende a virar rótulo e mesmice em pouco tempo. Buscando uma sonoridade multiplicista e eclética, músicos de diferentes raízes se juntaram com o intuito de produzir um composto auditivo primoroso e único. Mesclam-se em seu estilo próprio influências díspares como Swing Jazz, Funk, Ska, Rock, Blues e Samba.
Numa fusão mágica suas apresentações ao vivo, sempre contagiantes e irreverentes, vão do lírico-bizarro rock canastrão de Tom Waits até as marchinhas de carnaval. Suas letras são imbuídas de um humor sarcástico (já presente no nome da banda) que chegam a lembrar Ultraje a Rigor em suas boas fases de critica irônica.
A proposta de apresentação da Vamo Vovó Big Band baseia-se na premissa de que há a necessidade de inovação e experimentação no cenário musical brasileiro. A ideia é que através de suas apresentações seja problematizado o valor da multiplicidade sonora e artística, distanciando-se sempre da mera fórmula de sucesso vendável.
Contando com intervenções lúdicas, poesias e aperfeiçoamentos estéticos performáticos, a banda estabelece um diálogo convidativo com o público, incitando a reflexão crítica da arte e a participação dos espectadores. O show, que mais pode ser comparado com um espetáculo, é contagiante, interativo e diferenciado, representando o cenário nacional nesta 4ª edição do Grito Rock Mundo em Dourados.
Tokomadera [Pedro Juan Caballero – PY]
Tokomadera, é uma banda que surgiu na peculiar região da fronteira invisível entre o Brasil e o Paraguai, mais precisamente nas cidades irmãs de Ponta Porã-MS, e Pedro Juan Caballero-Paraguai.
Criada no final do ano de 2007, a banda sempre teve a música autoral como foco principal. Idealizada pelos músicos Arturo Bazan e Rodney Muller, a ideia era produzir um som comunicativo com a pegada do reggae e inspiração no rock. Com influências da música latina, de Bob Marley e Sublime a banda possui uma sonoridade própria, misturando o som dos instrumentos de cordas, percussão e metal. Com letras que retratam o cotidiano da fronteira, seus problemas e suas virtudes a banda é destaque do Grito Zen, abrindo a programação do dia 18 de abril.
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