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quinta-feira, 28 de março de 2024

Folclore douradense é rico, mas, sem incentivo, é mantido por amor

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22/08/2014 10h41 – Atualizado em 22/08/2014 10h41

Folclore douradense é rico, mas, sem incentivo, é mantido por amor de quem faz

O Dourados Agora conversou com a folclorista Odila Lange, para saber mais sobre o que tem acontecido na cidade de Dourados

Luiz Radai

Hoje é o Dia do Folclore. O que muita gente nem imagina é que esta data representa muito mais do que lendas. Desde a origem da palavra – do inglês que significa sabedoria popular – o folclore tem importância substancial da formação de uma sociedade. Além das lendas e mitos, o folclore é o conjunto de tradições e manifestações populares, as danças e costumes que são passados de geração em geração.

O Dourados Agora conversou com a folclorista Odila Lange, para saber mais sobre o que tem acontecido na cidade de Dourados, rica pela multiculturalidade e por suas várias manifestações, em relação a manutenção de hábitos culturais.

Segundo Odila, existe uma ‘guerra fria’ entre a manutenção da cultura popular e a inserção de novas tecnologias. Mas, sobretudo, grupos organizados e entidades particulares mantém o amor a estas tradições. “Penso que o folclore em Dourados ainda está muito em evidência, apesar da evolução e do uso da tecnologia. Existem muitas manifestações folclóricas em nossa cidade, em geral ações de grupos organizados ou de entidades particulares”, disse.

A folclorista ressalta a garra e dedicação de grupos como o CTN (Centro de Tradições Nordestinas) e o CTG (Centro de Tradição Gaúcha) ou da família Benites e a sua mais que consolidada Folia de Reis. No entanto, o lamento é pela falta de incentivo do poder público.

“Não existe quase nenhum investimento do poder público para salvaguardar nossas manifestações populares. Tirando a Festa Junina, nada mais há que possa se dizer como resgate ou manutenção de nosso folclore”, ressalta Odila.

Festas de colônias, como a dos japoneses, também são ressaltadas por Odila. “Temos a Japão Fest, onde a colônia japonesa mostra sua cultura, seus usos e costumes e principalmente sua culinária pra toda a sociedade douradense”, disse.

E como não podia faltar, a cidade de Dourados tem uma forte raiz indígena. Algumas danças, segundo Odila, são pouco exploradas e menos conhecidas pela população não indígena. “Isso precisa mudar. É nosso. O que temos hoje é o artesanato indígena que é bem divulgado e usado em nossa região”, disse.

A poetiza, membro da ADL (Academia Douradense de Letras) cita ainda os costumes religiosos, como o Corpus Christi. “Esse é uma folclore religioso quando conservamos o hábito de decorar as ruas no dia e efetuar as procissões na Sexta-feira Santa. Outros movimentos precisam dessa assiduidade”, finaliza.

INCENTIVO

Odila reitera a necessidade de maior interesse do poder público e mais investimentos na área do folclore, de manter a cultura da sociedade e passa-la de geração em geração.

“Só se conhece uma nação, conhecendo-se suas manifestações culturais, patrimônio imaterial de um povo. Festivais folclóricos, concursos de monografia, oficinas, saraus, enfim, muita coisa pode ser feita para resgatar aquilo que deveria vir em primeiro lugar, nossa cultura popular”, disse.

Segundo a poetiza, em 2012 ela apresentou um projeto para ministrar uma oficina de Literatura de Cordel e Contação de Histórias nas escolas da rede municipal de ensino. “Nem recebi resposta”, finalizou.

Folclorista Odila Lange lembrou do amor das pessoas pela cultura; família Benites realiza todo ano a Folia de Reis (Foto: Arquivo)

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