13/05/2014 09h18 – Atualizado em 13/05/2014 09h18

Fundação de Serviços de Saúde pode pôr fim ao caos no HV

César Cordeiro

O drama enfrentado diariamente no Hospital da Vida, o único hospital porta de entrada de Dourados, que gera inúmeras reclamações dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), pode estar próximo do fim com a criação da Fundação de Serviços de Saúde de Dourados, que também irá se responsabilizar pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que deve entrar em funcionamento em meados de junho. Por enquanto, o Hospital da Vida segue sendo administrado pelo Hospital Evangélico por força de um contrato que venceu no último dia 5 de maio, mas pode ser prorrogado por até 90 dias.

Neste ínterim, a recém formada Fundação de Serviços de Saúde passa pelo processo de legalização. Outra boa notícia é que a mesma Fundação também poderá assumir parte dos serviços do Hospital Universitário, principalmente as chamadas cirurgias eletivas, aquelas que não requerem urgência, porém muitos pacientes têm reclamado que algumas chegam a demorar anos, problema que também pode estar prestes do fim dependendo de um novo contrato, com o Hospital Universitário que impõem novos limites e novos critérios. Também dependendo de negociações que vem sendo mantidas com o Hospital Universitário.

Diante de uma série de reclamações de superlotação no Hospital da Vida, falta de leitos de UTI, sucateamento, infraestrutura precária e a enorme fila de espera por cirurgias eletivas no HU, a Secretaria Municipal de Saúde de Dourados, ocupada pelo médico Sebastião Nogueira, com todo o respaldo do prefeito Murilo Zauith, foi obrigada a tomar providências, pois conforme admite Sebastião Nogueira, o quadro de descontentamento com o Hospital da Vida por parte da população é geral e ultrapassou todos os limites. “Ainda bem que podemos contar com o empenho dos funcionários e do corpo médico que, apesar da precariedade, tem se desdobrado em favor dos pacientes, caso contrário, o Hospital da Vida já teria fechado suas portas”, disse o secretário.

Ao assumir o Hospital da Vida por meio da Fundação, a Secretaria de Saúde quer garantir atendimento mais humanizado, com distribuição de leitos e descentralização de serviços. Referência em atendimento de urgência e emergência de moradores de Dourados da região o Hospital da Vida enfrenta superlotação e para desafogar o atendimento, o secretário Sebastião Nogueira diz que a Prefeitura fará valer o convênio firmado em abril do ano passado com o Hospital da Sias, em Fátima do Sul, que disponibiliza 20 leitos de retaguarda do HV.

Durante esse pouco mais de um ano, os leitos não foram aproveitados como deveriam.Outra medida anunciada pelo secretário refere-se ao atendimento clínico prestado no Hospital da Vida. Embora a unidade seja referência em atendimento de urgência, grande parte da população procura a instituição para atendimento nas áreas clínica e pediátrica. Com a ativação da UPA, esses serviços deixarão de funcionar no HV, que se dedicará a sua verdadeira função, ou seja: Urgência e Emergência. Isso até a construção do Hospital Regional de Dourados anunciada pelo governador André Puccinelli. Segundo o secretário Sebastião Nogueira, a UPA terá seis médicos das 6h às 24h e três médicos, no período da madrugada, das 24h às 6h.

PAM

Já o Pronto Atendimento Médico (PAM) localizado na Vila Industrial, continuará atendendo normalmente a população, das 6h às 0h, mesmo durante o período de reforma, cuja licitação da obra encontra-se em andamento.

Novas ambulâncias

Três ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foram enviadas há mais de dez dias a Dourados pelo Ministério da Saúde, poderiam contribuir e muito para a agilidade nos serviços de saúde. Porém, descobriu-se que os veículos, antes de serem enviados para Dourados, havia mais de um ano e meio que estavam parados. Inclusive na semana passada, uma destas ambulâncias em apenas dois dias de trabalho apresentou problemas mecânicos e, na hora de consertar, o trabalho foi redobrado, porque o veículo estava fora da garantia. O secretário Sebastião Nogueira confirmou esta informação que chegou até a redação e lamentou o fato.