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quinta-feira, 28 de março de 2024

Greve dos caminhoneiros ameaça escoamento da safra

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25/04/2015 06h53

Greve dos caminhoneiros ameaça 80% do escoamento da safra

Valéria Araújo

A greve nacional dos caminhoneiros, que começou ontem em Dourados, ameaça o escoamento dos grãos em Mato Grosso do Sul, além do abastecimento no comércio. A informação é do empresário do ramo de transportes ligado a Cooperativa dos Caminhoneiros, Evandro Cesar Salomão. Segundo ele, a greve neste momento preocupa principalmente os produtores porque 80% dos grãos ainda não saíram do Estado. “Se o produto não chega no destino, os produtores não recebem. Outro impasse é que em menos de 60 dias começa a colheita do milho e, com a soja ainda estocada, o produtor enfrentará dificuldades para armazenar o produto. Terão que pagar por estes espaços”, destaca, alertando para a crise que isto poderia gerar no Estado.

Segundo ele, em Dourados o manifesto reuniu mais de 50 profissionais. Somente carga viva e perecíveis estão passando. Em todo o país, a luta dos transportadores é pelo frete mínimo. “Não dá para trabalhar assim, melhor ficar parado”, comenta Salomão. “Há 15 dias, o frete entre Dourados e Porto de Santos era de R$ 150,00 a tonelada de carga. Acrescido ao pedágio somava R$ 170,00. Hoje, o mesmo frete sai por R$ 120,00 que, com o pedágio dá R$ 140,00. Mais dez dias e o frete vai despencar para R$ 100,00”, calcula Evandro César Salomão.

Um caminhão bitrem de sete eixos, segundo ele, para ir daqui a Santos e voltar, consome R$ 1.620,00 só de pedágio. A defasagem é tanta no preço do frete que, juntamente com essa taxa, torna inviável o setor.
Salomão também lembra que o ICMS em Mato Grosso do Sul ainda é o mais caro, 17%, enquanto em outros Estados é de R$ 12%.

O diesel também consome a margem de lucro. Hoje o litro do diesel, a R$ 3,10, começa inviabilizar o negócio de transportes de carga no país. “As coisas vão piorar porque, sem o subsídio anunciado pelo Governo Federal, daqui a seis meses, vai ter outra alta e o diesel vai passar de R$ 3,50 o litro”, diz Salomão , afirmando que a previsão é de greve até a próxima terça-feira quando a categoria discute com o governo a tabela referencial publicada em diário oficial de ontem. “Referência não é obrigação, portanto este decreto não atende aos nossos anseios”, destaca.

Negociação

Enquanto os caminhoneiros realizam paralisações pedindo uma tabela mínima impositiva de frete, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União de ontem a resolução 4.681, visando a elaboração de uma tabela referencial de fretes. Ela não prevê prazos.

Greve começou ontem em DouradosFoto: HEdio Fazan

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