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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Greve no MPU deixa 90% dos processos parados na Justiça

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06/03/2015 08h53 – Atualizado em 06/03/2015 08h53

Greve dos servidores do MPU deixa 90% dos processos parados na Justiça

Em MS, pilhas de processos se acumulam sem servidores para darem encaminhamentos. Grevistas dizem que estão no meio do “fogo cruzado” entre o Congresso que pode autorizar aumento e Procuradoria que denuncia “Lava-Jato”

Valéria Araújo

A greve dos servidores do Ministério Público Federal, que completa 25 dias hoje, já deixa 90% dos processos parados em Dourados. Com isto, ações como de concessão do INSS, ou demarcação de terras indígenas estão sem nenhum encaminhamento, afetando diretamente a população.

De acordo com os servidores, apenas ações urgentes que envolvam risco a saúde ou decisões para réus presos estão sendo encaminhados para a Justiça. Em Dourados, somente um servidor está dando andamento aos processos como forma de manter os atendimentos essenciais.

A categoria se manifestou ontem na área central de Dourados. Com faixas, cartazes e nariz de palhaço, os servidores protestaram contra a falta de reajuste salarial que acontece há 3 anos e depende de aprovação do Congresso. A votação acontece na próxima terça-feira, mas não anima os servidores, que afirmam estar num “fogo cruzado” entre o Congresso e o MPF.

É que o procurador da república Rodrigo Janot, que está intervindo pela aprovação do Orçamento do Ministério Público Federal no valor de R$ 1 bilhão para que o MPF possa conceder reajustes pleiteados pelos servidores, também é responsável pelos pedidos de abertura de investigação contra 54 pessoas suspeitas de terem participado do escândalo do petrolão. “Entre elas estão parlamentares que podem tentar vetar a aprovação do reajuste por retalhação“, disse um servidor que preferiu não ter o nome revelado.

Na Capital os grevistas fizeram apitaços em frente a sede do MPF, além de arrecadação de alimentos que serão distribuídos a entidades carentes e doação de sangue. No total 80% dos processos estão parados e os 20% restantes estão sendo feitos apenas por alguns procuradores com o auxílio de estagiários. Em Campo Grande 65% dos servidores estão oficialmente de greve, enquanto que em Dourados são 75%.

Negociações

Na última quinta, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recebeu representantes sindicais para falar sobre as negociações. Durante a reunião, Janot afirmou que permanece aberta a comunicação com o Executivo e reiterou que a estratégia adotada pela Administração é garantir a previsão dos recursos orçamentários no Anexo 5 da Lei Orçamentária Anual (LOA).O procurador-geral, porém, ponderou que ainda não há uma posição definida por parte do Executivo.

Os trabalhadores querem que a Procuradoria-Geral da República conceda reajuste de 56%. A proposta prevê reajuste escalonado em três anos. O impacto sobre a folha salarial seria de R$ 1,6 bilhão durante o período, sendo R$ 300 milhões este ano. Ao todo, são 20 mil servidores do MPU em todo o país. O MPU considera justa a reivindicação da categoria

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