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terça-feira, 16 de abril de 2024

HU-UFGD perde recursos de R$ 12,9 mi para obra do Hospital da Mulher

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04/08/2015 06h46

HU-UFGD perde recursos de R$ 12,9 mi para obra do Hospital da Mulher e Criança

Os recursos estavam parados há mais de 3 anos na conta da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) para a construção do Hospital da Mulher e da Criança. Agora, o HU_UFGD terá que devolver aos cofres da união e Dourados fica sem o hospital

Valéria Araújo

O Ministério da Saúde confirmou, em nota oficial emitida dia 28, que Dourados perdeu recursos na ordem de R$ 12,9 milhões que estavam parados há mais de 3 anos na conta da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) para a construção do Hospital da Mulher e da Criança.

O documento, assinado pelo coordenador geral de Planejamento e Orçamento, Carlos Alberto de Matos, cobra inclusive que todos os recursos que estavam na conta da UFGD sejam devolvidos imediatamente ao Tesouro Nacional. Isto porque, segundo a nota, a UFGD não cumpriu prazos e não evoluiu com o projeto e as metas pactuadas.

O convênio, segundo a nota, chegou a ser prorrogado por quatro vezes, sendo que a vigência expirou em julho, sem que a Universidade tenha conseguido avançar no projeto. A nota do Ministério da Saúde é uma resposta negativa a mais um pedido de prorrogação de prazo que foi feito pela direção do Hospital Universitário, este ano.

“Não há o que se falar em nova prorrogação de prazo deste convênio. (…) De toda a forma, reitere-se que é impreterível que seja providenciada a devolução dos recursos financeiros, no valor de R$ 12.900.000,00 a Conta Única do Tesouro”.

No final de junho deste ano, o jornal O Progresso denunciou em primeira mão que a Universidade havia perdido os recursos. Na ocasião chegou até a identificar que a devolução dos investimentos também estaria relacionada ao fato da UFGD ter perdido prazos para entregar os projetos e não ter se inscrito na modalidade “restos a pagar” no ano de 2013, o que torna irreversível, segundo o Ministério, a prorrogação do convênio com a Universidade.

Denúncia

O deputado Federal Geraldo Resende, que é o autor dos recursos que estavam à disposição da UFGD demonstrou seu descontentamento e frustração com a reitoria anterior da UFGD em não dar os encaminhamentos necessários para tirar a obra do papel. O deputado explica que os recursos foram garantidos em 2010 e que desde 2012 estavam pagos na conta da UFGD que terá que fazer a devolução. O parlamentar, que estava acompanhando os impasses que não eram solucionados pela universidade, chegou a fazer denúncias ao Ministério Público Federal alertando para os riscos de perda dos investimentos públicos.

“Conseguir trazer este convênio para Dourados, não foi uma tarefa fácil e lutei muito pela conquista destes investimentos. A perda deste importante hospital, que prestaria serviço na hora mais importante da mulher, que é a hora do parto, é muito triste, principalmente quando lemos todos os dias no jornal as superlotação das maternidades que castigam nossas gestantes. No entanto, apesar de muito chateado com essa situação, não vou desistir de trazer um hospital para as mulheres de nossa cidade. Já conversamos com a nova reitoria e vamos começar de novo nossa luta para buscar um novo convênio com o Ministério da Saúde. Como bom brasileiro, eu não desisto”, destaca.

Outro lado

A superintendência do HU disse por meio de sua assessoria, que só será possível um pronunciamento oficial a respeito dessa questão depois da Reunião Extraordinária do Colegiado Executivo HU/UFGD/EBSERH, convocada para amanhã, ocasião em que se tratará desse assunto.

Superlotação

Com estrutura de 5 andares, o Hospital da Mulher e da Criança desafogaria a maternidade do Hospital Universitário que apresenta com frequência quadros de superlotação, deixando inclusive pacientes nos corredores.
Conforme noticiado, em março deste ano, o HU-UFGD é o único hospital de Dourados “porta aberta” para a especialidade de ginecologia e obstetrícia, o que significa que a Instituição tem a tarefa de atender todas as pacientes que procuram assistência nessa área.

Por vezes, o Hospital ultrapassa a taxa de 200% de leitos ocupados na Maternidade, pois não há outra instituição pública que possa receber as pacientes. Em uma semana de março, por exemplo, o hospital, que tem 24 leitos na Maternidade, esteve com 52 pacientes internadas, cerca de 220% de taxa de ocupação.

O novo hospital teria pavimentos com consultórios de ginecologia e obstetrícia, banco de leite, consultórios de pediatria, Pronto Atendimento Pediátrico (PAP) e salas das residências, atendendo mulheres de Dourados e da região, de forma especializada na hora do parto.

Maquete do Hospital da Mulher e da Criança, cuja obra não sai do papel

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