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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Indígenas pedem garantia de lombadas para liberar perimetral

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21/07/2014 14h50 – Atualizado em 21/07/2014 14h50

Para liberar a Perimetral, indígenas pedem a garantia de redutores de velocidade

Rodovia que divide a aldeia Bororó e os bairros Monte Carlo e Santa Fé tem sido palco de mortes provocadas por atropelamento

Flávio Verão

Indígenas da aldeia Bororó pedem a garantia da instalação de redutores de velocidade para liberar a perimetral norte, via responsável pelo desvio do tráfego de veículos pesados da cidade de Dourados. Bloqueada desde ontem, a rodovia, que divide parte da Reserva Indígena do município, tem sido palco de mortes provocada por atropelamento.

O presidente do Conselho Indígena, o caiuá Silvano da Silva Duarte, diz que o bloqueio será por tempo indeterminado, até a garantia de redutores. A rodovia é de responsabilidade do governo do estado, que ainda não manteve contato com os indígenas. “Fizeram a perimetral mas não pensaram que ao lado dela moram milhares de famílias indígenas”, criticou Silvano.

A “gota d’água” para o protesto foi o atropelamento da caiuá Lenilza Nunes Fernandes, no último domingo. De acordo com os indígenas, desde que a rodovia foi inaugurada, há dois anos, cinco mortes foram registras por atropelamento. Muitas pessoas conseguiram escapar, no entanto, ficaram com sequelas. Lenilza foi a sexta vítima. Ela morreu na tarde de hoje.

O caiuá Valdecir Cabrera perdeu o sobrinho, André, no mês de abril. O rapaz tentava cruzar a rodovia quando foi atingido em cheio por um veículo. “Embora aqui seja considerado perímetro urbano não há nenhum redutor de velocidade e por causa disso os motoristas andam em alta velocidade”, conta o indígena. Por se tratar de uma rodovia nova, o asfalto ainda está em perfeitas condições, favorecendo o excesso de velocidade.

Sugestões

A comunidade reivindica redutores de velocidade nas imediações das quatro entradas da Bororó. A aldeia é dividida pela rodovia dos bairros Monte Carlo e Santa Fé. Diariamente, para irem ao centro de Dourados, os indígenas entram por esses bairros nos mais diferentes meios de transportes – a pé, bicicleta, carroça, carro e motocicleta.

Segundo Silvano Duarte, deveria ser colocado lombadas destinadas a pedestres como existem na MS-156, entre Dourados e Itaporã. Essa rodovia passa por dentro da aldeia Jaguapiru, também em Dourados. Depois da instalação desses obstáculos, os veículos passaram a circular em menor velocidade na área próxima à aldeia e o índice de acidente reduziu em quase 100%.

“Aqui na perimetral não existe se quer uma placa que indica área indígena. Os motoristas que vem de outras cidades não sabem que neste local há índios e trafegam em alta velocidade”, diz Silvano, chamando a atenção para a sinalização vertical e horizontal na rodovia.

A perimetral norte inicia no entroncamento da BR-163, de acesso a Fátima do Sul, corta a MS-156 e segue até o entroncamento da rodovia Guaicurus, de acesso à Cidade Universitária e aeroporto. De lá ela segue até a BR-463, de acesso a Ponta Porã e região sul do Estado. São pouco mais de 20 km de perimetral e parte dela passa por dentro das aldeias Bororó e Jaguapiru, onde não há nenhum tipo de redutor de velocidade.

O Dourados Agora entrou em contato com a assessoria da Agência Estadual de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul), responsável pela rodovia. A assessoria informou que será preciso fazer um estudo para diagnosticar a necessidade de redutores no local para somente depois fazer um projeto e executar obras.

Como ninguém da Agesul entrou em contato com os indígenas, eles prometem quebrar o asfalto. “Queremos redutores o mais rápido possível. Não adianta falarem de elaboração de projeto, pois sabemos que isso leva muito tempo”, finalizou o presidente do Conselho indígena.

Perimetral norte está bloqueada desde ontem pelos indígenas, que cobram redutores de velocidade na rodoviaFoto: Cido Costa

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