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sexta-feira, 29 de março de 2024

Jovem com osso exposto esta na UPA e precisa de cuidado especial, diz secretário

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02/03/2015 14h47 – Atualizado em 02/03/2015 14h47

Ele precisa de cuidador que remova de local a cada 15 minutos para evitar o aparecimento de novas escaras

Flávio Verão

O caso do cadeirante Sidnei Galan mostrado no Dourados Agora e que comoveu muitas pessoas pode ser tratado com medicação e cuidados diários, de forma que remova o rapaz de local durante várias vezes ao dia, para evitar a formação de escaras e fazer com que aquelas que existam possam cicatrizar. A informação é do secretário de Saúde de Dourados Sebastião Nogueira, que é médico.

“Eu vi o vídeo e esse quadro clínico é tratado em Dourados. A conduta de como isso irá se proceder vai depender do médico que atende o Sidnei, mas a principal medida para prevenir a formação de escaras é mudar a posição do paciente frequentemente, a fim de aliviar os pontos de pressão da pele nas áreas de maior risco. E no caso do rapaz, que é cadeirante, deve mudar de posição com mais frequência”, diz Sebastião Nogueira.

Sábado o pai de Sidnei, o pedreiro Aparecido Galan postou um vídeo [veja aqui o vídeo] na rede social facebook mostrando as feridas profundas provocadas pelas escaras – lesões da pele que tem como principal causa a deficiência prolongada na irrigação de sangue, em razão de permanecer em uma mesma posição de forma prolongada. O vídeo causou indignação devido as feridas nas coxas e nas nádegas de Sidnei estarem muito profundas, com exposição do fêmur, osso da perna.

Ontem mesmo Sidnei foi encaminhado através de intervenção política para a UPA, onde encontrava-se até a tarde desta segunda-feira. Sidnei não tem movimento da cintura para baixo e mora com o pai e o irmão mais velho. O sustento da família vem principalmente do pai, que faz bicos de pedreiro quando pode.

Segundo o secretário, como o caso está grave, a solução é encontrar um meio de colocar Sidnei sentado ou deitado de forma a não pressionar as escaras existentes, bem como para não criar outras feridas pelo corpo. “É uma questão de cuidado, de mudar a pessoa de posição com frequência”, reiterou. A medida é válida para qualquer paciente acamado.

Ainda de acordo com o secretário, o jovem será tratado em Dourados e diariamente ele já recebe a visita de um enfermeiro do posto de saúde, no entanto, é preciso que haja esse trabalho de cuidado para mudar o paciente de posição, caso contrário o problema de escaras pode retornar mesmo após ser tratado.

Nogueira não informou como será o tratamento de Sidnei, mas garantiu que todo o processo é feito em Dourados, mas a qualidade de vida do paciente só será garantida através de cuidados básicos no dia a dia, com mudança de posição, frequentemente.

A doença

As feridas podem aparecer em diversas regiões de apoio do corpo, especialmente atrás da cabeça, nas costas, na articulação do quadril, no cóccix, nas nádegas, cotovelos e calcanhares. Pessoas em cadeiras de rodas estão mais sujeitas a desenvolver escaras na região do ísquio, osso que serve de apoio ao corpo na posição sentada.

A principal medida para prevenir a formação de escaras é mudar a posição dos pacientes acamados ou com dificuldade de movimentos a cada duas horas pelo menos, a fim de aliviar os pontos de pressão da pele nas áreas de maior risco. Pessoas em cadeiras de rodas, que permanecem sentadas durante muito tempo, devem mudar de posição com mais frequência, a cada dez ou quinze minutos.

O tratamento para as escaras varia de acordo com a gravidade. Lesões iniciais podem ser tratadas com pomadas, mas há casos, porém, em que pode ser necessário recorrer ao uso de antibióticos e curativos especiais. Úlceras que atingiram alto grau podem demandar uma intervenção cirúrgica de desbridamento para eliminar os tecidos infectados e mortos, assim como um transplante de pele para facilitar o fechamento da ferida.

Aparecido apelou em vídeo em busca de tratamento para o filhoFoto: Divulgação

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