22/09/2014 14h00 – Atualizado em 22/09/2014 14h00
Flávio Verão
Um morador de rua pede ajuda para vencer o vício contra o álcool e as drogas. Sem local fixo, ele perambula às ruas de Dourados após se afundar no mundo que ele considera como ‘abismo’.
Pai de duas meninas, de 8 e 14 anos, o homem que se identificou como “Gabriel” já foi casado e procurou o Dourados Agora acompanhado da gari Valéria Manzato, líder comunitária na região da Vila Valderez, considerada a mais carente da cidade.
“Trabalho na limpeza das ruas no período da noite e de vez em quando vejo “Gabriel” circulando a região central. Ele me pediu ajuda. Liguei nos centros de internação, mas não há vaga. Precisamos ajudá-lo”, diz Valéria, que também procura ajuda para um outro rapaz dependente químico de seu bairro.
Por estar alterado, “Gabriel” pouco conversou com a reportagem, mas garantiu que precisa ser internado para se ver longe do álcool e das drogas. “Eu não aguento mais, não quero essa vida”, disse.
A mochila dele com algumas peças de roupas é o que restou. Ele conta que se banha na praça Antônio João, local onde há banheiro público, e dorme em qualquer lugar na rua.
A última vez que teve a carteira assinada foi em 2007 e garante que sua profissão é operador de esteira, embora já tenha realizado serviços gerais como servente de pedreiro, entre outros.
“Gabriel” disse que se alimenta quando alguém lhe dá comida. “Tem dia que como alguma coisa, outros passo sem comer mesmo”, relatou, garantindo que pretende se tratar para trabalhar e rever suas filhas que não tem contato há muito tempo.
O Dourados Agora tentou falar no início da tarde desta segunda-feira com a secretária de Assistência Social, Ledi Ferla, sobre a situação de Gabriel, mas ela estava em reunião.
Como “Gabriel” não tem paradeiro e nem telefone celular, Valéria disponibiliza seu contato (9626-9690) para quem puder ajudá-lo.
