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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Obras na Guaicurus isolam moradores do Altos da Lagoa

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18/11/2014 07h26 – Atualizado em 18/11/2014 07h26

Obras na rodovia Guaicurus isolam moradores do Altos da Lagoa

Mais de 60 famílias estão sem acesso seguro ao bairro e percurso até o trevo mais próximo fica a quatro quilômetros. Ônibus param no meio de rodovia

Valéria Araújo

As obras de duplicação da Avenida Guaicurus isolaram mais de 60 famílias do bairro Altos da Lagoa do resto da cidade de Dourados. Os problemas começam com a falta de acesso seguro. Isto porque, para quem transita no sentido centro-bairro, o percurso até chegar à rotatória mais próxima para fazer o retorno e conseguir entrar no bairro é de 4 quilômetros.

A maioria dos motoristas aproveita a ausência do guard rail (mureta que divide a pista) e atravessa. O problema é que, para fazer esta manobra, o carro se posiciona no meio da estrada, o que gera riscos graves de acidentes naquela que já foi chamada de ‘rodovia da morte’.

Outro problema é a falta de local de parada de veículos. Os ônibus que transportam alunos do ensino médio e universitários são obrigados a parar no meio da rodovia para que os alunos possam desembarcar e atravessar a pista.

Na via dividida apenas com postes de luz, os estudantes precisam disputar espaços com os veículos que passam em alta velocidade, para poder atravessar. É o caso da estudante Vitória dos Santos Brandão, de 16 anos. Ela chega todos os dias na beira da Guaicurus e fica no local onde estão iniciando a terraplanagem para a construção do acostamento. Disputa espaço com tratores e caminhões da obra, além de veículos que transitam pelo local em alta velocidade. No sol, já que não há nenhum ponto de ônibus, ela e um grupo de 16 estudantes permanecem até a chegada do coletivo que leva para a escola.

Na volta, o ônibus para no meio da Guaicurus para ela poder atravessar e seguir chegar no bairro. “Já aconteceu do coletivo não parar porque havia muito trânsito e nós fomos obrigados a faltar na escola por vários dias”, lembra.

Outro grave problema é a estrada principal que leva até a rodovia. Trata-se de uma subida íngreme que nos dias de chuva faz com que carros e motos deslizem, impossibilitando o trânsito.

“Mesmo nos dias de sol, chegar até à rodovia é muito difícil. É preciso acelerar muito o veículo e rezar para que outro carro não venha no sentido contrário, já que não tem como visualizar. Estamos correndo sério risco de morte aqui”, destaca a moradora, Simone Aparecida Kunrath.

Conforme ela, o ideal seria a construção das vias laterais da rodovia e a construção de uma rotatória de acesso ao bairro. “Nós já tentamos por várias vezes nos reunir com engenheiros da Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos, a Agesul, mas não obtivemos sucesso. Gostaríamos de saber se a obra contempla o bairro com trevos e demais vias de acesso. Estamos preocupados da obra terminar e continuarmos isolados”, destaca .

A cabeleireira Luzia Silva Lopes diz que a maioria dos moradores sai pelo menos duas vezes por dia para ir trabalhar na área central de Dourados e a preocupação cresce a cada saída de casa. “Eu já perdi meu irmão que no ano 2000 foi atropelado neste rodovia. Também morreram vários amigos e conhecidos nesta rodovia. Quero dizer com isto que já sofri na pele a morte de entes queridos e não quero voltar a passar por outro sofrimento como este”, alerta.

Luzia destaca que a comunidade nunca foi contra a obra da duplicação, pelo contrário. “Nós fomos para o meio da rodovia e reivindicamos esta obra. Nossa luta agora é por acesso a rodovia de forma segura”, destaca.

Após apelos da comunidade, o deputado federal Geraldo Resende encaminhou pedido oficial à Secretaria de Obras do Estado e para a Prefeitura, solicitando a construção de vias marginais, pontos de ônibus e trevos que dão acesso ao bairro.

Os moradores não descartam a possibilidade de protestos no bairro caso não tenham suas reivindicações aceitas. “Queremos uma reunião emergencial aqui com o governo do Estado e Prefeitura o quanto antes”, reivindicam. O Douradosagora tentou contato com a Assessoria de Imprensa da Agesul, que não foi localizada na tarde de ontem.

A Rodovia Guaicurus registra alto fluxo de veículos todos os dias.
Os principais períodos de pico são das 7h às 8h30, das 11h às 12h30, das 17h às 18h e das 19h às 20h.

foto - Marcos RibeiroSem acesso, motoristas precisam desafiar a sorte cortando a rodovia para poderem chegar no bairro Altos da Lagoa em Dourados

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