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quinta-feira, 25 de abril de 2024

‘Peladão’ traz à tona questionamentos por meio da arte

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04/04/2014 09h09 – Atualizado em 04/04/2014 09h09

Stélio Constantino Barbosa, de 21 anos, ficou famoso após realizar uma ‘intervenção’ completamente nu, na UFGD

Renan Nucci

Alheio às críticas que tem recebido após a polêmica intervenção na qual apareceu nu nos corredores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) na noite da última segunda-feira, o artista Stélio Constantino Barbosa, de 21 anos, continua realizando manifestos impactantes pela cidade. Segundo ele, o objetivo é reacender alguns debates sobre comportamento, romper barreiras do pudor e promover a criatividade por meio da arte.

Na segunda-feira, o artista ganhou notoriedade ao realizar uma ação independente denominada “InterrogAção”, caminhando nu pelo bloco do curso de Artes Cênicas da UFGD, pregando cartazes contra o que ele considera como ‘falso moralismo’. “Foi uma intervenção interessante, pois cometi um ato completamente inusitado para aquele tipo de ambiente. Eu intervi de certa maneira, quebrando um pouco da rotina do local. O objetivo principal era chocar, para trazer à tona alguns questionamentos sobre o que é considerado aceitável pela sociedade e o que não é, e também sobre qual a verdadeira identidade dos gêneros. Vivemos em uma era de contradições”, explicou.

Ao longo desta semana ele deu sequência às suas intervenções da “InterrogAção” (mais ainda devem acontecer), na universidade e no centro da cidade, sempre chamando a atenção de quem passava ao seu redor, principalmente por estar parcialmente vestido com ‘roupas femininas’. Por causa disso, recebeu criticas e elogios, sendo reconhecido como “O Peladão da UFGD”, apelido que ele diz não se incomodar.

“Às vezes as pessoas precisam ser tocadas para que comecem a pensar sobre o mundo que as rodeia. Acredito que atingi meu objetivo, pois bem ou mal, a ação foi muito discutida. Até que ponto a arte pode chegar? O que é moral ou imoral? O que é masculino? O que é feminino? De forma implícita, este são alguns dos questionamentos. A interpretação é livre”, completou.

Com a polêmica que causou, Stélio sofreu algumas retaliações, mas diz que tudo já estava dentro do planejado. “O artista quando se expõe desta maneira está sujeito a uma série de situações, por isso, desde o começo estive preparado. Minha página no Facebook foi denunciada e acabou sendo bloqueada. Não me incomodo com isso e nem que me chamem de vagabundo ou peladão, desde que recebam minha mensagem e passem a pensar com mais criatividade. Algumas barreiras do preconceito, da discriminação e dos pudores, precisam ser transpostas”, destacou.

O jovem ainda lembra que a arte em nossa região não é tão debatida ou praticada como deveria, por isso, tenta dar sua contribuição através da elaboração de um projeto que prevê a fundação de um espaço cultural independente. “Um de meus projetos é criar um espaço onde possam acontecer acontecer performances livres e poéticas. Essa projeto está sendo desenvolvido pelo coletivo Casemiro, Nizael, Paulo e Stélio.Em breve estarei compartilhando esse evento”.

'Peladão' traz à tona questionamentos por meio da arte

Stélio quer mais liberdade de expressão para a arte local. Foto: Divulgação

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