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quinta-feira, 25 de abril de 2024

PM e Civil retomam rondas na Reserva Indígena mais violenta de MS

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29/07/2015 08h09 – Atualizado em 29/07/2015 08h09

PM e Polícia Civil retomam rondas na Reserva Indígena mais violenta de MS

Medida emergencial quer reduzir índices de crimes na Reserva de Dourados, a mais violenta de MS. Foram 89 mortes entre homicídio e suicídio, além de 600 agressões e 32 estupros em 2014

Valéria Araújo

Para inibir a criminalidade na Reserva Indígena de Dourados, que é a mais violenta do Estado, a Secretaria de Segurança Pública autorizou o retorno das rondas policiais, tanto da Polícia Civil, como da Militar nesta região da cidade.

A medida faz parte de ações estratégicas emergenciais na reserva, que volta a ter policiamento ostensivo, depois de um longo período de suspensão destes trabalhos por entendimentos diversos sobre qual força policial teria a competência de atuar nestas áreas federais.

Segundo as lideranças indígenas, o anúncio do retorno policial nas reservas foi feito pelo secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública adjunto, Hélton Fonseca Bernardes, que esteve em Dourados na semana passada em reunião com autoridades locais e lideranças indígenas. A implantação da Polícia Comunitária Indígena também foi anunciada durante o encontro.

Para criar a nova polícia, a Secretaria já autorizou a realização do primeiro curso de capacitação de Polícia Comunitária para indígenas, além de mais de 4 mil profissionais da segurança pública aptos a trabalharem junto às comunidades ouvindo e auxiliando as lideranças.

O secretário destacou ainda que o policiamento nas aldeias é uma política do atual Governo do Estado, através da Sejusp, que por meio de convênio com o Ministério da Justiça já adquiriu 19 veículos, sendo 7 caminhonetes e 12 motocicletas para a realização do policiamento ostensivo comunitário, que inicialmente irá abranger as aldeias de Dourados e Caarapó.

VIOLÊNCIA

De acordo com o indígena Fernando de Souza, apoiador técnico da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e um dos organizadores do evento, as decisões do Estado são de fundamental importância para coibir os altos índices de violência na Reserva de Dourados.

Segundo ele, 25% das mortes que ocorrem na Reserva são violentas. Para se ter uma ideia, em 2014, foram 48 suicídios e 41 homicídios registrados. Além disso, 619 casos são de agressão e 32 vítimas de estupros; nestes últimos índices não ocorreram mortes.

O apoiador diz ainda que a situação é preocupante porque em 99% dos casos de mortes, os autores têm algum envolvimento com drogas e álcool. Ele destaca ainda que os números são baseados em apenas casos em que as vítimas foram atendidas pelo setor de Saúde da Reserva. “Cremos que muito mais vítimas não denunciam por medo, o que mostraria uma realidade ainda mais triste para a nossa comunidade. Os crimes estão, cada vez mais, com maior requintes de crueldade”, alerta.

Enquanto taxa de suicídios no Brasil é de 4.7 a cada 100 mil, na Reserva é de 65.5. Enquanto a taxa de homicídio a nível nacional é de 25.5 para cada 100 mil, na reserva é de 56 a cada 100 mil. Em 70% dos homicídios são utilizadas armas brancas. Dourados fica em 1º lugar em violência em MS seguida de Amambai

Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública adjunto, Hélton Fonseca Bernardes, que esteve em Dourados na semana passada em reunião com indígenas

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