23/04/2014 06h56 – Atualizado em 23/04/2014 06h56
Douradosagora
Policiais Federais cruzam os braços hoje, em adesão ao protesto nacional por melhores condições de trabalho. O Dia de Paralisação inicia às 9h com a adesão da maioria dos agentes, escrivães e papiloscopistas de Dourados e resto do país. Os federais vão se posicionar em frente a sede da Delegacia da PF.
Durante a paralisação, a PF vai manter apenas 30% do efetivo em ação, reduzindo o atendimento ao público. Além das reivindicações por melhores salários, os policiais também fazem outras cobranças. “Queremos que o Governo pare de nos monitorar nas investigações e dê espaço para que possamos trabalhar. Enquanto está sendo armado o circo da Copa, a PF, um dos principais órgãos de defesa do população, está se acabando com a falta de equipamentos e delegacias sucateadas”, explicou.
De acordo com o vice-presidente regional do Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso do Sul (Sinpef/MS), Carlos Silva, 21 estados e o Distrito Federal participam do manifesto que tem como objetivo chamar a atenção para o boicote do Governo à Polícia Federal. Segundo ele, a falta de investimento tem sido o maior problema.
“Lutamos por uma completa reestruturação da PF que vai desde à adequação no Plano de Cargos e Carreiras, bem como nos salários, até à questão da modernização das ferramentas de trabalho. Para se ter uma ideia, muitas delegacias de nossa região estão sucateadas, o que impede uma boa execução das funções”, disse.
Segundo Carlos Silva, o protesto simboliza o sucateamento do órgão de segurança que está sendo ‘punido’ pelo Governo como forma de retaliação às investigações que resultaram na prisão de grandes políticos corruptos aliados à presidência.
“Sem investimento do poder público, estamos com as ações limitadas e não conseguimos mais manter investigações que possam deter criminosos importantes. Tudo que fazemos agora é prender pequenos bandidos, como as mulas do tráfico representadas no protesto de ontem. Assim, o que fazemos é enxugar gelo, ou seja, uma tarefa inútil, já que não temos condições para tirar de circulação os principais procurados”, explicou.
Ainda segundo Silva, desde que Dilma assumiu a presidência a produtividade da PF caiu pelo menos 60%. Os policiais também estão indignados com um congelamento salarial que já dura sete anos, e consideram um desrespeito a proposta de 15,8% aceita pelas demais carreiras públicas. Os grevistas reclamam que esta categoria é a única a amargar um período tão grande sem recomposição da inflação, com uma depreciação superior a 40%.
Conforme noticiado pelo Dourados Agora, até o momentos os PFs já fizeram quatro grandes manifestações na região. Tudo começou no dia 7 de fevereiro com o ‘algemaço’, depois, paralisaram as atividades em luto simbólico pela ‘morte’ da PF no dia 11, fizeram o protesto das mulas e enxugaram gelo, nos dias 25 e 26 de fevereiro, respectivamente.
