23/10/2014 08h38 – Atualizado em 23/10/2014 08h38
A decisão foi tomada durante assembleia realizada ontem no Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados.
Jamilye Depieri
Os professores da Rede Municipal de Ensino de Dourados entrarão em greve novamente à partir do dia 4 de novembro. A decisão foi tomada durante assembleia realizada ontem no Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados – Simted. Suspensa desde agosto, os educadores paralisam as aulas após enfrentar o descaso da Prefeitura Municipal, quando não cumpriu o acordo firmado com a categoria no último dia 15, Dia do Professor.
De acordo com a vice-presidente do Simted, Gleice Barbosa, a votação para retornar a greve foi expressiva. “Todos estamos revoltados com a Secretária e com o Prefeito. O Governo não tem respeito com a educação já que vem enrolando a categoria desde abril”, disse ao Douradosagora.
A Prefeitura Municipal de Dourados através de um ofício comunicou ao Simted no último dia 16, que iria negociar a implantação do piso para 20 horas e a inclusão do administrativo no plano de cargos, carreiras e remuneração somente após as eleições para a nova presidência do Simted, que acontece no dia 3 de novembro.
Para Gleice Barbosa, usar a eleição como desculpa para não atender a categoria, só revoltou ainda mais os educadores. “Isso é uma questão interna do nosso Sindicato. A verdade é que eles só estão tentando adiar a negociação e isso é uma falta de respeito, pois tentamos há dois meses e meio marcar reuniões para que as nossas propostas fossem discutidas”, enfatizou.
A secretária de Educação, Marinisa Mizoguchi, chegou a enviar uma proposta à Câmara Municipal que não agradou a categoria. No documento, a Prefeitura de Dourados informou que o repasse mensal do Fundeb é de R$ 7 milhões e que a folha de pagamento chega aos R$ 11 milhões, ou seja, que a diferença de R$ 4 milhões já está sendo paga com os recursos próprios. E ainda, condicionou a transferência de 4 mil alunos da rede municipal para a rede estadual, no intuito de corrigir a distorção do número de alunos na rede e o número de professores.
Com isso, os alunos da rede municipal – aproximadamente de 27 mil estudantes, que já estão repondo as aulas desde o último dia 13 não tem data para encerrar o ano letivo. Essa reposição é necessária para compensar a greve dos educadores, ocorrida entre os dias 17 de julho e 1 de agosto e assim, cumprir os 200 dias letivos previsto em lei.
