18.5 C
Dourados
quinta-feira, 28 de março de 2024

‘Recurso federal é para quitar serviços e não salário”, diz secretário

- Publicidade -

16/12/2014 18h25 – Atualizado em 16/12/2014 18h25

Sebastião Nogueira critica a forma como o Hospital Evangélico conduz o pagamento dos funcionários, com dinheiro enviado para pagar oncologia, cardiologia e nefrologia

Flávio Verão

O secretário de saúde de Dourados Sebastião Nogueira critica a forma como a administração do Hospital Evangélico conduz o processo de pagamento dos funcionários, culpando a falta de repasse de recursos do governo federal como desculpa.

“Esse dinheiro do governo é para pagar os serviços que a prefeitura contrata do hospital, das áreas de oncologia, cardiologia e nefrologia”, explica o secretário. “Se o hospital tem problema de administração e de caixa, não cabe a ele culpar o recurso ainda não passado pelo governo federal, pois esse recurso não é para salário”, dispara o secretário, questionando que a desculpa do Evangélico perante aos funcionários e à sociedade dá o entendimento que a responsabilidade de salário é da prefeitura.

Devido a prefeitura ter contratado esses serviços de oncologia, cardiologia e nefrologia que são na ordem de R$ 1,4 milhão por mês, pagos pelo governo federal, o recurso é encaminhado primeiramente aos cofres da Secretaria de Saúde Municipal e liberados somente após o hospital apresentar nota que prestou adequadamente todos os serviços.

De acordo com o secretário, esses serviços ainda são feitos de forma terceirizados e não propriamente pelo Evangélico. “O hospital contratou empresas para prestar atendimento de alta complexidade para o SUS em oncologia, cardiologia e nefrologia”, explica. Como até agora o governo federal não deu sinal de repasse, os funcionários do Evangélico não têm prazo para receber salários. “Mas esse atraso não aconteceu somente com Evangélico e sim com todos os hospitais do país que recebem verba federal. Por isso, digo que jamais esse recurso deve ser utilizado para salários”, ressalta Sebastião Nogueira.

Ao utilizar essa verba para o pagamento de funcionários, o Evangélico pode ficar sem honrar as dívidas com os prestadores de serviços terceirizados, como o serviço de oncologia, conhecido popularmente como “Hospital do Câncer”, ala construída com dinheiro de doações, mas que pertence ao Evangélico. Constantemente a empresa que administra o “Hospital do Câncer” também fica sem receber repasses do Evangélico, vindo do governo federal, e ameaça paralisar as atividades.

Greve

A categoria de enfermagem do Hospital Evangélico em Dourados decidiu reduzir as atividades a partir desta quarta-feira em protesto ao atraso do pagamento referente ao mês de novembro e a primeira parcela do décimo terceiro. A decisão foi tomada na manhã de hoje em assembleia logo após a classe sindical se reunir com a direção do hospital e receber a informação que não há dinheiro em caixa para pagar os funcionários.

O constante atraso de salário acontece há mais de um ano e o hospital alega que o motivo é a falta de repasse de recursos do governo federal através de um convênio não pago até agora. O detalhe é que os profissionais não são contratados pelo poder público e sim pelo Evangélico, unidade particular e que presta serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Secretário Sebastião Nogueira diz que o Evangélico tenta culpar a prefeitura por atraso de salário que deve ser pago pelo hospital

Veja também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-