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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Saúde indígena faz ‘arrastão’ em 75 postos de MS

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24/07/2014 07h47 – Atualizado em 24/07/2014 07h47

Saúde indígena faz ‘arrastão’ em 75 postos de Mato Grosso do Sul

Relatório vai apontar crise de abastecimento nas unidades básicas de Saúde Indígena espalhadas pelo Estado. Objetivo é tomar medidas emergenciais

Valéria Araújo

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai-MS) conclui nesta semana relatório oficial que detecta a atual condição de crise na Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul. O documento é resultado de uma varredura que está sendo realizada em todos os 75 postos de Saúde Indígena do Estado.

O objetivo é implantar o Plano Emergencial nas aldeias para solucionar os impasses. De acordo com o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul, Fernando de Souza, a Sesai vai verificar o que pode comprar com recursos próprios e traçar uma meta para resolver situações a médio e longo prazo.

Conforme ele, é necessário medidas urgentes para resolver o desabastecimento nas unidades de Saúde Indígena. Segundo ele, as deficiências vão desde a medicamentos, insumos básicos e materiais para os profissionais. Conforme Fernando estas crises podem estar custando a vida de indígenas em todo o Estado.

Há 15 dias O PROGRESSO denunciou que a Saúde indígena está com 70% da frota sucateada. Dos 180 veículos destinados à Saúde nas aldeias, 100 estão parados nos pátios. Em Dourados, dos 30 veículos existentes, 40% estão sucateados.

Segundo Fernando de Sousa, além dos recursos próprios da Sesai, a entidade vai procurar o Ministério da Saúde que no final do ano passado se comprometeu a fazer investimentos na Saúde Indígena de MS. “Este relatório de crise será encaminhado ao Governo Federal para que possam ajudar a mudar esta realidade”, destaca.

Em relação às viaturas sucateadas, Fernando de Souza diz que que a população indígena está ficando sem respaldo na área de saúde. Em Dourados, por causa da falta de transporte, as equipes que fazem atendimento nas aldeias estariam enfrentando dificuldades para chegar lá. “Alguns grupos precisam pegar carona com outros para se deslocar até a reserva. Em outras situações, um grupo vai para a aldeia e o carro volta para buscar outro. O serviço se torna demorado”, destaca.

Há um ano o presidente também alertou para outro grave problema. As viaturas que transportam pacientes, não são esterilizadas. “Não há serviço de lavagem. Por isto é comum encontrar sangue e vísceras humanas nos carros, gerando riscos de infecções diversas”, denuncia.

Ele lembrou ainda que praticamente 100% dos agentes que atuam na Reserva não dispõem de material completo, como as mochilas e bicicletas. “Muitos atuam com veículos próprios e materiais comprados por eles via ‘vaquinha’”, destaca.

Solução

Fernando diz que além do Plano de emergência, outro fator positivo nas reservas é que a nível nacional está sendo discutida a implantação de uma política especial da Saúde indígena que prevê a desburocratização no abastecimento das Unidades de Saúde, compra de materiais e manutenção de serviços básicos.

“Hoje existe uma burocracia enorme que faz com que os insumos atrasem e os postos fiquem desabastecidos. O processo de reposição destes materiais é longo e muitas vezes quem vai na Unidade de Saúde não tem tempo a perder. Esta demora pode custar uma vida. Por causa disso, formaremos uma grande proposta que servirá para mudar a política de Saúde indígena em todo o território nacional”, explica, observando que a falta de medicamentos e a lojística dos pacientes são os gargalos da Saúde Indígena.

Unidades de Saúde Indígena estão sendo vistoriadas para que sejam identificadas as deficiênciasfoto - Hédio Fazan

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